Berlim, 09 nov (RV) - Os 20 anos da queda do Muro de Berlim estão sendo comemorados
hoje na capital alemã com a Festa da Liberdade, uma série de atos festivos inaugurados
por um concerto dirigido pelo maestro Daniel Barenboim. No encerramento, será derrubado
um dominó gigante de cerca de mil peças de dois metros e meio de altura, erguido na
linha antes ocupada pela barreira que separou os alemães durante 28 anos. As comemorações
terão a presença de personalidades políticas de todo mundo.
O Pe. Federico
Lombardi, SJ, Diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, da RV e do Centro Televisivo
Vaticano, dedicou seu editorial Octava Diaes, do último sábado, aos vinte anos da
queda do Muro.
Segundo ele, muitos ainda não entenderam a lição daquele acontecimento
histórico, isto é, que a fé não pode ser reduzida à esfera privada. Ao analisar o
papel desempenhado por João Paulo II no evento que transformou a história da humanidade
no dia 9 de novembro de 1989.
“Sem querer simplificar um processo histórico
extremamente complexo”, o Diretor da Sala de Imprensa destaca “o papel da eleição
e a pessoa de João Paulo II, de suas viagens a uma Polônia, que em grande parte permaneceu
fielmente católica, e de suas consequências sobre as aspirações e o desejo de liberdade
do seu povo e dos povos vizinhos”.
“Quando, mais tarde, o pontífice já idoso,
atravessou a porta de Brandenburgo, em Berlim, não somente a Alemanha estava unificada,
mas a Europa respirava com seus dois pulmões, o do Oeste e o do Leste; e a fé cristã
havia demonstrado, mais uma vez, que contribuira para a união e a civilização do continente,
superando a cruel prova do ateísmo do Estado”.
“É bom recordar isso, quando
se insiste em reduzir a fé ao âmbito estritamente privado” - afirma o Pe. Lombardi.
“Todavia – conclui –infelizmente, no mundo foram e ainda são levantados muitos muros.
Continuaremos comprometidos, esperando festejar, no final, sua inutilidade e sua queda”. (CM)