O desafio do dialogo como itinerário de pacificação e de desenvolvimento
(9/11/2009) Inaugurando os trabalhos, do VI congresso mundial da pastoral para os
migrantes e refugiados o Presidente do Conselho pontifício D. António Maria Vegliò
apresentou uma analise da realidade contemporânea marcada pela globalização com elementos
de positividade, mas também aspectos de sombra que levam as pessoas a emigrar, espontaneamente
ou por constrição . Neste contexto sublinhou o desafio do dialogo como itinerário
de pacificação e de desenvolvimento. Em particular deteve-se sobre alguns acordos
internacionais que colocam em realce o empenho dos Estados a favor de uma visão correcta
das migrações, voluntarias ou forçadas, como é o caso da convenção internacional sobre
a protecção dos direitos de todos os trabalhadores migrantes e dos membros das suas
famílias de 1 de Julho de 2003 e cuja ratificação foi vivamente recomendada por João
Paulo II e Bento XVI. No mesmo âmbito o arcebispo D. António Vegliò reafirmou a convicção
eclesial de que mulheres e homens em emigração representam um recurso precioso para
o desenvolvimento da humanidade inteira, graças ás potencialidades humano -espirituais
e culturais de que são depositários .Contudo, para que tal visão seja cada vez mais
partilhada e encoraje a colaboração de todos os países , numa dimensão mundial o Presidente
do conselho pontifício para a pastoral dos migrantes e itinerantes, afirmou que é
importante ter como objectivo a integração dos migrantes e dos refugiados, respeitando
itinerários adequados de intercultura e de dialogo interreligioso e salvaguardando
as aspirações legitimas de todos á segurança e á legalidade. Sucessivamente o arcebispo
Agostinho Marchetto, secretario do Conselho Pontifício na sua intervenção observou
antes de mais que passados cinco anos da publicação da instrução Erga migrantes
caritas Christi foi recebida pelo Papa na Encíclica social Caritas in veritate
onde as migrações são definidas “fenómeno social de natureza epocal , e entre cujas
causas se encontra a insegurança de vida consequência das carências alimentares, da
questão da água, da agricultura, do ambiente e da energia.. Tudo será considerado
na combinação de direitos e deveres e com atenção ao nexo directo entre pobreza e
desemprego. D. Agostinho Marchetto sublinhou a necessidade de um empenho da parte
da sociedade de chegada para a compreensão dos valores e da cultura dos migrantes,
reconhecendo como motor de integração a disponibilidade e o diálogo recíprocos. O
desenvolvimento autentico – afirmou depois – provém da partilha dos bens e dos recursos,
na procura de uma nova ordem económica internacional que contemple uma distribuição
mais justa dos bens da terra.