MIGRANTE É PESSOA HUMANA E TEM DIREITOS INALIENÁVEIS
Atenas, 06 nov (RV) - Está em andamento na capital grega o III Fórum Mundial
“Migrações e Desenvolvimento”, que reflete sobre o modo de integrar as políticas de
migração nas estratégias de desenvolvimento.
O representante da Santa Sé no
encontro é o secretário do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes,
Dom Agostino Marchetto. Ele fez a sua palestra na última quarta-feira.
O conceito
primário a se considerar – como frisou Dom Marchetto – é o do migrante como pessoa
humana, que enquanto tal, possui direitos inalienáveis que devem ser respeitados por
todos e em toda situação.
“Isso requer medidas específicas, tais como a necessidade
de proteger a sua dignidade e de políticas que enfrentem as causas da migração, para
que ninguém se veja obrigado a abandonar seu próprio país” - indicou.
“Ademais,
acrescentou, é necessário propiciar aos que oferecem uma contribuição válida e regular
à nossa sociedade um contexto capaz de lutar contra as atitudes de discriminação,
de intolerância e de xenofobia, que por vezes têm como pretexto motivos religiosos
ou étnicos”.
Dom Marchetto destacou que em sua última encíclica, o papa “faz
um constante chamado à solidariedade, particularmente urgente no âmbito da mobilidade”.
“A
degradação humana e social influi não apenas de forma grave na vida dos trabalhadores,
mas também em suas relações familiares, no grupo social que os acolhe e do qual provêm
e no crescimento econômico de ambos, já que os custos humanos repercutem nos econômicos”
- explicou.
Para a Santa Sé, é preciso aproximar-se destes problemas pelo princípio
da subsidiariedade, ou seja, envolver todos os atores implicados, reconhecendo a justa
autonomia de comunidades da diáspora, associações de migrantes, famílias, etc.
Finalizando
seu pronunciamento, o arcebispo afirmou que “a integração se realiza plenamente quando
a troca entre imigrantes e a população local não se limita apenas ao âmbito econômico-social,
mas na recíproca disponibilidade e acolhida inclui também o aspecto cultural”. (CM)