2009-11-06 18:58:47

DIRETOR DA "SPECOLA VATICANA" FALA SOBRE A BUSCA DE VIDA INTELIGENTE FORA DA TERRA


Cidade do Vaticano, 07 nov (RV) - Teve início nesta sexta-feira, no Vaticano, a semana de estudos dedicada à Astrobiologia, uma iniciativa que se insere no âmbito do Ano Internacional da Astronomia, organizada pela Pontifícia Academia das Ciências junto com o Observatório Astronômico Vaticano, conhecido como "Specola Vaticana".

O presidente da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano, Cardeal Giovanni Lajolo, transmitiu a saudação do papa aos participantes dessa semana de estudos: um encontro que debate o tema da possibilidade de vida inteligente fora da Terra: "uma tarefa que exige seriedade científica e que não pode ser confundida com ficção científica" – disse o purpurado.

Em seguida, o Cardeal Lajolo ressaltou que "não tememos nenhuma verdade na pesquisa", porque "as ciências, justamente ao tempo em que abrem o homem a novos conhecimentos, contribuem para realizar o homem como homem". Mas o que significa astrobiologia. Foi o que a Rádio Vaticano procurou saber do diretor do Observatório Astronômico Vaticano, Pe. José Funes. Eis o que disse:

Pe. José Funes:- "O objeto da astrobiologia é a pesquisa sobre a possibilidade de vida tanto em nosso sistema solar – nos lugares mais próximos do universo – quanto em outros sistemas estelares. Até então sabemos que existem cerca de 350 estrelas que têm planetas que giram em torno delas; entre esses planetas alguns poderiam ser parecidos ao nosso. Eis que esta é a finalidade da astrobiologia: buscar possibilidades de vida no universo, fora da Terra."

Qual é o objetivo dessa semana de estudos?

Pe. José Funes:- "O objetivo é fazer um balanço da situação nesta disciplina científica. Serão apresentados os últimos resultados para ajudar-nos a entender melhor a que ponto nos encontramos no estudo sobre a vida no universo; fazer uma avaliação da situação numa disciplina em que consideramos ser muito importante que a Igreja esteja envolvida, ao menos acompanhando os principais resultados reconhecidos pela comunidade científica."

No que concerne à questão da "inteligência extraterrestre", de que se trata exatamente e, sobretudo, sobre o que se refletirá nesta semana de estudos?

Pe. José Funes:- "Existem programas destinados à busca de vida fora da Terra – obviamente, estamos falando de vida inteligente. Não temos nenhuma prova da existência de vida, nem mesmo nas formas mais primitivas, no universo. Existem programas sérios, entre os quais o mais conhecido é o que busca "capturar" – por assim dizer – possíveis sinais de uma civilização mais desenvolvida do que a nossa. Isso tem como premissa que essas civilizações sejam desenvolvidas, tenham uma tecnologia ao menos análoga à nossa e que sejam capazes de emitir sinais. Até então não há nenhum resultado que possa nos induzir a crer que exista vida inteligente fora da Terra."

P. A seu ver, mediante novos estudos quais perspectivas são colocadas pela ciência?

Pe. José Funes:- "Eu diria que esse é um confim, uma fronteira da ciência; creio que a comparação entre os estudos que os biólogos fazem na terra, como as formas de vida também muito primitivas que podem sobreviver em condições extremas, como, por exemplo, em profundidades oceânicas abissais, podem nos ajudar a compreender também as possibilidades de que exista a vida também em outros mundos. Ao mesmo tempo, se conseguíssemos descobrir se há vida fora da terra, isso poderia ajudar-nos a compreender melhor como a vida se formou e desenvolveu em nosso planeta." (RL)







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