Havana, 06 nov (RV) – A Santa Sé faz votos de que a Igreja Católica em Cuba
tenha acesso normal, e não ''ocasional'', aos meios de comunicação, para poder desempenhar
seu papel "em plenitude". Foi o que disse ontem o presidente do Pontifício Conselho
das Comunicações Sociais, Dom Claudio Maria Celli, que na quarta-feira chegou à Ilha
para realizar uma visita de quatro dias, a convite da Conferência Episcopal Cubana.
"Meu
desejo é que a Igreja cubana paulatinamente possa ter um acesso normal aos grandes
meios de comunicação que as grandes tecnologias, como rádio, televisão, internet e
multimídia, hoje em dia nos oferecem" – disse o arcebispo à margem da Assembléia Plenária
dos bispos cubanos.
Normalmente, a mídia cubana não oferece informações religiosas.
A exceção foi a cerimônia de beatificação de Jose Olallo, em novembro de 2008, à qual
assistiu o presidente, Raul Castro.
Desde a visita do Papa João Paulo II, em
1998, a televisão cubana difunde as mensagens Urbi et orbi do pontífice e a
Via-Sacra da Sexta-feira Santa. "Gostaria que esses momentos não fossem somente em
ocasiões especiais, mas fossem a normalidade para a vida da Igreja" – acrescentou
Dom Celli.
Na sua chegada, na quarta-feira, Dom Celli concelebrou com todos
os bispos cubanos, na Catedral de Havana, a missa que foi presidida pelo novo núncio
apostólico no país, Dom Giovanni Angelo Becciu.
Ao final da celebração, Dom
Becciu disse esperar que sua missão na ilha caribenha dê prosseguimento aos "passos
positivos" nas boas relações entre o Estado e a Igreja.
"O objetivo é manter
as boas relações existentes entre a Santa Sé e o Governo" – explicou o arcebispo,
acrescentando que a Igreja quer ser reconhecida por sua ação como entidade "que se
ocupa e se preocupa com seu povo".
O vice-chefe do escritório para Assuntos
Religiosos do Partido Comunista de Cuba (PCC), Carlos Samper, também estava presente
na Catedral de Havana. (BF)