CARDEAL WALTER KASPER: DEUS É UNIDADE E QUER A UNIDADE
Augsburgo, 1º nov (RV) - Um marco no caminho rumo à unidade dos cristãos: celebrou-se
neste sábado, em Augsburgo, na Alemanha, o 10º aniversário da Declaração conjunta
da Igreja Católica e da Federação Luterana Mundial sobre a Doutrina da Justificação.
O evento ecumênico teve também a participação do presidente do Pontifício Conselho
para a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Walter Kasper.
"Deus é unidade
e quer a unidade", "quer uma só Igreja como instrumento e sinal da unidade da humanidade":
foi o que disse o purpurado alemão no discurso que fez, neste sábado, na celebração
das Vésperas, realizada na Catedral de Augsburgo, no qual denunciou que "a separação
das nossas Igrejas" é "um contra testemunho do Evangelho", "um escândalo".
Em
seguida, o presidente do Pontifico Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos
ressaltou o papel extraordinário do movimento ecumênico, que, afirmou, "não é obra
do espírito do liberalismo e do indiferentismo", mas é "impulso do Espírito de Jesus
Cristo, do Espírito Santo". Por isso, "devemos permanecer fiéis à opção ecumênica;
não há alternativas" – observou.
O Cardeal Kasper disse ser obra do Espírito
Santo também a assinatura da Declaração comum de Augsburgo, que colocou fim a um contraste
que durou quase 500 anos.
"As críticas dessacralizadoras acerca de uma aparente
estagnação no ecumenismo e o mísero derrotismo, que em termos hipócritas ressaltam
somente o que ainda não se alcançou, esquecendo o que nos últimos anos nos foi conquistado,
é, realmente, nua e crua ingratidão" – ponderou, sem rodeios, o purpurado alemão.
Portanto,
é preciso agradecer a Deus de coração nesta celebração e repetir o que foi dito 10
anos atrás, por ocasião da assinatura: "Damos-nos as mãos e agora não mais as deixaremos,
nunca mais nos separemos" – insistiu o Cardeal Kasper.
Por outro lado, o responsável
pelo referido organismo vaticano ressaltou que é preciso "ser realistas" e conscientes
de que "o caminho para reunir o povo de Deus ainda não acabou", e de que no caminho
existem, por vezes, também obstáculos.
Por isso, fez votos de que "o ecumenismo
seja, em primeiro lugar e, sobretudo, um ecumenismo da oração". A unidade – frisou
– "é dom do Espírito Santo e fruto da oração", que significa também um ecumenismo
da meditação orante comum da Bíblia. (RL)