Bagdá, 29 out (RV) - Os cristãos no Iraque começam a fugir do único lugar onde
se pensava que estivessem seguros. Informações do clero local mostram que nos últimos
meses uma lenta, mas constante emigração tem acontecido perto de Mossul, Norte do
país, à medida que se aproximam as eleições gerais de 2010. Os líderes da igreja temem
que uma nova crise de segurança possa provocar outro êxodo em massa dos cristãos,
o que em algumas áreas pode significar a saída dos últimos cristãos que resistiram
às inúmeras dificuldades.
Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre, o Pe. Bashar
Warda deixou claro que os cristãos na região de Nínive começam a sentir-se ameaçados
pelos mesmos problemas de segurança que têm dificultado a vida de pessoas em tantas
outras partes do país.
“A emigração das famílias cristãs que temos visto em
lugares como Mossul e Bagdá está afetando a região de Nínive”, lamentou. Padre Warda
disse que não poderia dar números precisos sobre a emigração, mas que em vilarejos
cristãos, 30 a 40 fiéis estão partindo todos os meses.
O reitor da Basílica
de São Pedro, em Ankawa, chegou a dizer que a emigração de Nínive vai aumentar, com
o surgimento de sequestros, explosões e outros incidentes. Os cristãos no Iraque eram
1 milhão e 400 mil no último censo, em 1987. Agora são menos de 400 mil, de acordo
com as estimativas mais recentes. (SP)