2009-10-29 10:47:23

CORÉIA: IGREJA DEFENDE DIREITO AO TRABALHO


Seoul, 29 out (RV) – A sociedade coreana “entrou em uma fase que poderíamos chamar de polarização. Somente que, na extremidade mais baixa deste pólo estão os trabalhadores irregulares e os desempregados. É urgente que o governo ouça a voz da Igreja: a dignidade humana e o sentido do trabalho são fatores que devem ser respeitados, condições humanas a serem preservadas”. É o apelo lançado pelo bispo de Incheon e presidente da Comissão episcopal Justiça e Paz, Dom Boniface Choi Ki-san, durante o encontro promovido pela Igreja Católica sobre a situação do trabalho na Coréia do Sul.

O encontro – intitulado “Reflexões e soluções práticas para o trabalho irregular: a voz da Igreja para a solidariedade social” – realizou-se nos dias passados no Centro apostólico jesuíta de Seul. Além dos sacerdotes diocesanos e do bispo de Incheon, estavam presentes como relatores peritos em direito do trabalho e economistas. O encontro foi organizado para apresentar os resultados da pesquisa sobre o trabalho irregular realizada pelo organismo Justiça e Paz, que o define “uma das piores chagas sociais do nosso tempo”.

Para realizar a pesquisa, o Centro coreano católico para os trabalhadores conduziu pesquisas entre os meses de janeiro e julho, através de sondagens e entrevistas com os funcionários públicos e operários. Além do mais, no documento final são apresentados os documentos e os ensinamentos sociais da Igreja sobre o tema do direito ao emprego: uma espécie de vademecum para quem afronta o mundo do trabalho.

Durante o debate, os participantes se concentraram sobre o novo fenômeno do trabalho irregular. Após a desastrosa crise financeira do ano passado, de fato, também na Coréia do Sul emergiu o fenômeno do trabalho “negro”. Sempre presente no campo agrícola e industrial, o fenômeno se alargou até envolver todos os setores: hoje, diz a pesquisa, 52% daqueles que tem um trabalho não possuem um contrato. Portanto, não pagam impostos e não têm garantias sociais. Ainda mais grave é a situação das mulheres: segundo a pesquisa, 64% das mulheres que trabalham são irregulares. (SP)







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