Os cristãos são a comunidade mais descriminada no mundo: a denuncia do representante
da Santa Sé na ONU
(28/10/2009) A liberdade religiosa continua a ser amplamente violada no mundo: a
denuncia é do arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé junto
das Nações Unidas, que interveio na assembleia geral que decorre no Palácio de Vidro
em Nova Iorque. Não obstante tudo aquilo que repetidas vezes foi proclamado pela
comunidade internacional e especificado nos instrumentos legislativos internacionais,
assim como na Constituição de muitos estados, o direito á liberdade religiosa continua
a ser hoje amplamente violado – afirmou D. Celestino Migliore, salientando que não
existe no planeta nenhuma religião que esteja isenta de descriminação .Actos de intolerância
religiosa são perpetrados de muitas maneiras e são numerosíssimos os casos levados
á atenção das Cortes e das organizações que se ocupam dos direitos humanos. E se a
intolerância religiosa aumenta no mundo, os cristãos são o grupo religioso mais atingido
- referiu o representante da Santa Sé; resulta serem mais de 200 milhões as pessoas,
de varias confissões cristãs, que sofrem descriminação no plano legal e cultural. O
arcebispo Celestino Migliore recordou os repetidos ataques ocorridos nos meses passados
,nalguns países asiáticos e do Médio Oriente contra as comunidades cristãs que causaram
mortos e feridos, queimando igrejas e casas. Acções cometidas – explicou o prelado
– por extremistas, - de qualquer maneira irrespeitosos do credo dos outros. E neste
contexto a Santa Sé acolhe com favor a promessa do governo do Paquistão de rever e
de emendar tais leis que muito facilmente dão a oportunidade aos extremistas de perseguir
quem livremente decide seguir uma tradição de fé diferente. Leis que favoreceram “injustiça,
violência sectária e violência entre as religiões. Os Governos – pediu o observador
da Santa Sé na ONU – devem abolir estas leis que servem como instrumentos de abuso.
Também os Estados deveriam abster-se de adoptar restrições á liberdade de expressão
que muitas vezes levaram as autoridades a calar as vozes dissidentes, especialmente
aquelas de indivíduos pertencentes a minorias étnicas e religiosas. Pelo contrário
a autentica liberdade de expressão pode contribuir para um maior respeito por todos
os povos, e para dar a oportunidade de denunciar violações como a intolerância religiosa
ou racismo e promover a dignidade igual de todas as pessoas. Por este motivo é imperativo
– concluiu o arcebispo Celestino Migliore – que os povos de vários credos religiosos
trabalhem juntos para crescer na compreensão recíproca. E aqui é necessária uma mudança
autentica das mentes e dos corações.