NÚNCIO APOSTÓLICO NA POLÔNIA RECORDA PIO XI, A 70 ANOS DE SUA MORTE
Cidade do Vaticano, 28 out (RV) - "Servo fiel, prudente e bom": com essas palavras,
o núncio apostólico na Polônia, Dom Jozef Kowalczyk, traçou a figura do Papa Pio XI
na homilia da missa celebrada para recordar o 90º aniversário de consagração episcopal
de Achille Ratti (nome de batismo de Pio XI) – ocorrida no dia 28 de outubro de 1919
– e os 70 anos de sua morte. A missa foi celebrada na manhã de domingo, dia 25, na
Basílica paroquial de Desio – terra natal de Pio XI – localizada na província de Monza
e Brianza, norte da Itália.
Na parte da tarde, durante a apresentação do livro
"Achille Ratti, o sacerdote alpinista que se tornou papa", de Domenico Ranzoni, Dom
Kowalczyk o definira "bispo polonês que considerava a Polônia a sua segunda pátria".
Inspirando-se
na reflexão de Bento XVI sobre as características do bispo, feita semanas atrás durante
a consagração de alguns novos prelados, Dom Kowalczyk identificou na história de Achille
Ratti – núncio na Polônia antes de tornar-se Papa Pio XI – a fidelidade, a prudência
e a bondade.
"Um servo é fiel na medida em que sabe custodiar os bens preciosos
que não são seus: em primeiro lugar, a fé e os ensinamentos de Jesus" – disse Dom
Kowalczyk. -Naquele particular momento histórico, no fim da I Guerra Mundial, ele
soube enfrentar os poderosos da terra "colocando a fidelidade a Cristo acima de toda
reverência humana".
Outra virtude fundamental foi a prudência, isto é, "a capacidade
de conduzir a ação segundo a reta razão"; uma característica que serviu para combater
"os demônios, cobras e venenos" contra os quais teve que lutar: o ódio entre os povos,
o drama da opressão que havia impedido à Polônia viver como nação livre e, sobretudo,
o nacionalismo, "que tendia insinuar-se também na vida religiosa e nos próprios homens
de Igreja, com a tentação de instrumentalizar a fé cristã para seus fins" – observou
o núncio na Polônia.
Venenos que como papa teve que afrontar de modo mais trágico:
o nazismo, o comunismo e o nacionalismo. "Prudência que não foi sinônimo de cautela
ou temor", mas "olhar lúcido sobre a realidade" e atitude ponderada nos momentos de
falar e agir, "denunciando com coragem, diante do mundo, os perigos que o homem de
seu tempo corria".
Por fim, Dom Kowalczyk recordou a bondade de Pio XI, igual
à bondade dos pais de família que são rígidos, quando necessário, e, ao mesmo tempo,
completamente dedicados ao bem das pessoas que lhes são caras.
Portanto, Pio
XI é um exemplo porque testemunho de resposta "com generosidade e sem medo" ao chamado
de amor de Deus – ponderou o núncio apostólico. (RL)