Tegucigalpa, 26 out (RV) - Enquanto as negociações entre o presidente deposto
de Honduras, Manuel Zelaya, e os líderes de facto do país voltaram à estaca zero esta
semana, o enviado especial da OEA (Organização dos Estados Americanos) para apoiar
as negociações, John Biehl, deixou Honduras de mãos vazias, após o fracasso das conversações.
Em outra frente, uma delegação do grupo de direitos humanos Centro Carter
se encontrou com Micheletti e Zelaya durante a semana e disse que um acordo político
parcial antes de um novo pleito pode abrir espaço para observadores internacionais
e o reconhecimento do processo eleitoral.
Entretanto, foi divulgado nos últimos
dias o Segundo Relatório do Comitê de Familiares de Detidos Desaparecidos em Honduras
(Cofadeh), difundido pela Agência Adital, que revela que mais de quatro mil hondurenhos
já tiveram seus direitos violados desde 28 de junho.
De acordo com o relatório,
até o último dia 15 de outubro, 4.234 pessoas tiveram seus direitos desrespeitados.
O Comitê tem registrado violações aos direitos humanos relacionadas diretamente
às manifestações pacíficas da população, numa violência que tem assumido diferentes
tipos, formas e padrões. A cifra aumenta ainda mais em relação às pessoas lesionadas
e afetadas por golpes: 453, no total. Além disso, mais de três mil foram detidas ilegalmente
e 26 jornalistas foram agredidos. (CM)