Paris, 23 out (RV) - Um encontro sobre "Deus, o tempo e a vida" inaugurou hoje,
em Paris, a nova Academia Católica da França, uma instituição de leigos e eclesiásticos
unidos a fim de dar maior visibilidade ao pensamento católico.
Da abertura
do evento, que recorda os 150 anos da publicação do livro de Charles Darwin, "A Origem
das Espécies", tomou parte o cardeal-arcebispo de Paris, André Vingt-Trois.
O
vice-presidente da academia, Pe. Jean-Robert Armogathe, da arquidiocese de Paris,
explicou que o objetivo da Academia Católica da França é fazer ouvir a voz dos leigos
e do clero, de pessoas que desempenham várias funções.
"É importante dar espaço
aos especialistas que não escondem sua pertença ao catolicismo. Isso deverá ajudar
na transmissão de uma mensagem mais clara, que não permaneça confusa entre os preconceitos,
que acolha as declarações da Conferência Episcopal da França, quando se expressa em
nome da Igreja" – frisou o sacerdote.
Pe. Armogathe ressaltou ainda que 2009
foi um ano difícil, pois a mensagem da Igreja permaneceu ofuscada por uma série de
eventos, devido a incompreensões da mídia que não aprofundou certas questões, permanecendo
ligada a uma determinada visão negativa da Igreja.
Falando sobre o pensamento
dos intelectuais católicos franceses que nestes últimos anos teve um escasso impacto
na sociedade, o sacerdote ressaltou que a sociedade também contribuiu para isso. "Basta
olhar para o mundo político, que está buscando sua identidade. Nós vivemos numa sociedade
que por várias razões de ordem socioeconômica confundiu e perdeu suas referências"
– disse ele - citando como exemplo os encontros nacionais sobre bioética que defendem
a idéia que as leis que governam a bioética devem ser revistas a cada cinco anos.
"Isto
significa que não existem mais pontos de referências. E isso se constata não somente
em termos de desagregação da família, mas também do tecido social" – concluiu Pe.
Armogathe. (MJ)