DOM MIGLIORE PEDE MAIS JUSTIÇA NAS RELAÇÕES COMERCIAIS COM A ÁFRICA
Nova Iorque, 22 out (RV) - "As condições do comércio internacional devem se
adequar às necessidades e aos desafios econômicos que a África enfrenta": foi o que
disse o observador permanente da Santa Sé na ONU, Dom Celestino Migliore, na 64ª Assembleia
Geral das Nações Unidas, na sede da ONU, em Nova Iorque, sobre a necessidade de uma
"Nova cooperação econômica para o desenvolvimento da África".
O representante
vaticano sublinhou a necessidade de um maior compromisso em favor da realização de
uma nova cooperação econômica e fez um apelo para que os preconceitos sejam banidos
de uma vez por todas. "A África não é somente corrupção, golpes de Estado, conflitos
regionais. A África demonstrou e demonstra também grande capacidade de gerir os processos
de transição para independência ou de reconstrução depois dos conflitos" – frisou
Dom Migliore.
Ele ressaltou ainda o papel da África na contribuição de pessoas
qualificadas que trabalham nos organismos internacionais ou no âmbito científico,
acadêmico e intelectual. "A África - ressaltou Dom Migliore - soube oferecer à comunidade
internacional exemplos e valores dignos de admiração e hoje mostra sinais da realização
de muitas de suas esperanças".
O representante vaticano sublinhou a necessita
de uma maior solidariedade a fim de resolver os problemas que certamente não faltam
no continente africano, ressaltando que não se deve permanecer somente no âmbito do
assistencialismo, mas ajudar o continente africano a mostrar seu potencial.
Dom
Migliore fez um apelo em prol do investimento na agricultura, na economia, e reiterou
a necessidade de rever as condições do comércio internacional, criando oportunidades
para os produtos africanos.
O arcebispo chamou a atenção para a pobreza em
que vivem várias pessoas na África, ressaltando que a maior parte dos países africanos
ainda está longe de atingir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio até 2015, pois
existem ainda muitas pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia.
O representante
vaticano chamou a atenção para a função ativa que a União Africana pode desempenhar
na cooperação com os organismos internacionais, "a fim de que o G20 signifique realmente
abertura a novos equilíbrios internacionais; para que seja um forte ponto de referência
para a economia mundial, mas sem criar novas exclusões para os países mais pobres"
– concluiu Dom Migliore. (MJ)