DISCURSO DO PAPA JOÃO PAULO II AOS BISPOS DA CONFERÊNCIA EPISCOPAL DE RUANDA EM VISITA
"AD LIMINA APOSTOLORUM"
17 de Setembro de 1998
Caros Irmãos no Episcopado!
1. Nestes dias em
que estais a realizar a vossa peregrinação ao túmulo dos Apóstolos, é-me grato acolher-vos
nesta casa, a vós que sois os Pastores da Igreja em Ruanda. Viestes partilhar com
o Sucessor de Pedro as alegrias e preocupações do vosso ministério episcopal, as provas
e aspirações do povo a vós confiado. Faço votos por que os vossos encontros junto
da Sé Apostólica vos proporcionem conforto e encorajamento, a fim de poderdes prosseguir
com certeza cada vez maior a vossa missão de perenizar a obra de amor de Cristo por
todos os homens, em união com o Sumo Pontífice e sob a sua autoridade (cf. Christus
Dominus, 2). Conheceis também a solicitude que a Santa Sé vos manifesta constantemente,
graças à escuta atenta e ao apoio que sempre podeis encontrar junto do Núncio Apostólico
e dos seus colaboradores.
Agradeço de todo o coração ao Presidente da vossa
Conferência Episcopal, D. Thaddée Ntihinyurwa, Arcebispo de Kigali, as suas palavras
clarividentes que traduzem com precisão não só as preocupações, mas também as esperanças
da Igreja em Ruanda. Através de vós, quereria saudar com afecto os sacerdotes, os
religiosos, as religiosas, os catequistas e os fiéis das vossas dioceses, assim como
o inteiro povo ruandês, do qual estou particularmente próximo nos sofrimentos que
o atingiram de maneira trágica, e do qual conheço também a vontade de reencontrar
uma vida comum, fundada sobre a fraternidade e o entendimento mútuo. Que Deus cure
os corações que foram tão dolorosamente feridos e abençoe os esforços de todos os
artífices de paz!
2. No decurso dos últimos meses, o Episcopado ruandês pôde
ser reconstituído. Ao confiar ao Pai de todas as misericórdias os Bispos mortos durante
a tragédia que atingiu o vosso país, encorajo os novos Bispos a serem pastores segundo
o coração de Cristo, para guiarem o povo de Deus nesta etapa difícil da sua existência.
A missão que recebestes de ensinar, santificar e governar empenha-vos em desenvolver
cada vez mais entre vós os laços de unidade na caridade. Com efeito, escrevi no «Motu
proprio» Apostolos suos, que «a unidade do episcopado é um dos elementos constitutivos
da unidade da Igreja» (n. 8) e do seu crescimento. Uma colaboração activa e fraterna
permitir-vos-á exercer com fruto a vossa missão e, nas circunstâncias presentes, manifestar
assim a comunhão eclesial e a vossa solicitude comum para com o inteiro povo. «Quando
os Bispos de um determinado território realizam conjuntamente algumas funções pastorais
para utilidade dos seus fiéis, tal exercício conjunto do ministério episcopal traduz
em aplicações concretas o espírito colegial (affectus collegialis), que é a alma da
colaboração entre os Bispos, no campo quer regional, quer nacional ou internacional»
(ibid., n. 12).
A tragédia vivida pelo vosso povo no decurso dos últimos anos
destruiu numerosas estruturas, que deveis reconstruir para permitir à Igreja continuar
as actividades ao serviço dos seus membros e do conjunto da população. Mas estas desgraças
atingiram sobretudo os corações. Para ajudar os fiéis a encontrar a cura das suas
profundas feridas, é necessário suscitar entre eles uma real aspiração à santidade,
seguindo o caminho da conversão e da renovação pessoal e comunitária, num espírito
de oração, caridade e pobreza interior. Que as comunidades cristãs manifestem com
audácia e tenacidade uma atitude profética de reconciliação mútua e se empenhem resolutamente
nos caminhos da concórdia, na fraternidade e na confiança reencontradas!
3.
A celebração do Grande Jubileu do Ano 2000 já está muito próxima. Para a Igreja em
Ruanda, coincidirá com o primeiro centenário da evangelização. Com efeito, a 8 de
Fevereiro de 1900 era criada a primeira paróquia em Save, na actual diocese de Butare.
Convosco e com toda a Igreja do vosso país, dou graças a Deus por tudo o que foi vivido
durante estes anos, pelo ardor apostólico dos primeiros missionários que levaram o
Evangelho à vossa terra, e pela coragem de todos aqueles, homens e mulheres, que testemunharam
com fidelidade o Espírito de Cristo. Quereria também exprimir o reconhecimento da
Igreja aos missionários que, hoje, com o seu trabalho infatigável e generoso, continuam
a obra daqueles que os precederam. A sua presença ao serviço das comunidades das vossas
dioceses conserva todo o seu significado. Ela é o sinal da universalidade do amor
de Deus e da missão da Igreja, que é enviada a todos os homens sem distinção.
No
período preparatório para as celebrações jubilares é oportuno dirigir um olhar de
verdade para o passado. Não tenhais medo de enfrentar a realidade histórica tal como
ela é! No decurso deste primeiro século de evangelização, houve heroísmos admiráveis,
mas também infidelidades ao Evangelho que exigem um exame de consciência sobre a maneira
como a Boa Nova foi vivida desde há cem anos. A pertença a Cristo nem sempre foi mais
forte do que a pertença às comunidades humanas. No limiar da etapa que a Igreja empreende,
na sua caminhada no meio dos homens, é necessário um «despertar espiritual». É urgente
uma «nova evangelização» em profundidade, para que a mensagem evangélica seja anunciada,
recebida e vivida de verdade pelos homens do nosso tempo.
4. Todavia, caros
Irmãos no Episcopado, é preciso afirmar claramente que os sofrimentos que se podem
sentir diante das sombras do passado não deveriam ofuscar as luzes que iluminaram
e continuam a iluminar o caminho da Igreja e da sociedade no vosso país. Houve magníficos
frutos de fidelidade a Cristo por parte de cristãos, que tiveram uma atitude heróica
nos momentos trágicos da vida da nação. Numerosos são os discípulos de Cristo que,
no vosso país, aceitaram com generosidade dar a própria vida pelos seus irmãos. Ressaltai
o testemunho destes mártires do Amor, que revelaram o rosto mais autêntico da Igreja,
a fim de que o seu sangue seja uma semente evangélica e as gerações futuras não se
esqueçam deles! Eles ajudar-vos-ão a não perder a esperança no homem e a olhar corajosamente
para o futuro, a fim de vos abrirdes ao advento desta civilização do amor que a humanidade
espera.
Eles recordar-vos-ão também que a «communio sanctorum fala com voz
mais alta que os factores de divisão» (Tertio millennio adveniente, 37). Pois em primeiro
lugar a Igreja deve dar ao mundo o testemunho da sua unidade em Cristo e à volta dos
seus Pastores. Na Constituição dogmática Lumen gentium, o Concílio Vaticano II dedica
uma atenção particular à unidade da Igreja, cujos membros são um só em Cristo, que
é a Cabeça. Com efeito, é essencial que todos os Bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas
e leigos, tomem consciência sempre mais viva da sua responsabilidade, para que a unidade
do Corpo de Cristo, fundada sobre a acção do Espírito e garantida pelo ministério
apostólico, seja sustentada por um verdadeiro amor mútuo. É mediante este sinal que
se reconhecem os discípulos do Senhor Jesus.
5. Caros Irmãos no Episcopado,
por vosso intermédio, quereria transmitir aos vossos sacerdotes o afecto e o encorajamento
do Sucessor de Pedro, a fim de que encontrem no seu ministério a alegria e a força
para permanecerem fiéis servidores de Cristo. Conheço a sua adesão ao povo de Deus,
da qual muitos dão prova tanto hoje como já no tempo da desventura, assim como o seu
zelo em lhe anunciar o Evangelho. O Senhor conceda a todos a graça de superar na verdade
as dissensões que puderam surgir por causa de circunstâncias dramáticas! Que uma comunhão
sempre mais real se manifeste entre sacerdotes diocesanos e missionários vindos do
estrangeiro! Hoje, convido vivamente cada um a consolidar os laços da unidade e da
fraternidade com os seus irmãos no sacerdócio e com os Bispos, dos quais os sacerdotes
devem ser os colaboradores leais e generosos, num diálogo sincero e confiante, em
plena comunhão de coração e de espírito. Esta unidade exprime a natureza mesma do
seu serviço eclesial, que é participação na missão de Cristo em relação ao povo de
Deus, reunido na unidade do Espírito Santo. Que os vossos sacerdotes saibam reconhecer
em vós o pai do presbitério que os considera filhos e amigos, a exemplo de Cristo
em relação aos Seus discípulos! Que eles «adiram ao seu Bispo com caridade e obediência»
(Presbyterorum ordinis, 7). Lembrar-se-ão de que, antes de tudo, são pastores que
devem cuidar de todo o povo, sem excepção alguma. É importante, por conseguinte, que
não se envolvam em associações ou movimentos políticos ou ideológicos, que tornariam
difíceis o seu ministério de comunhão e o seu vínculo com os Bispos e a Igreja universal.
Convido todos os sacerdotes ruandeses a conservarem a solicitude no serviço à Igreja
do seu país. Desejo também que as comunidades acolham os sacerdotes com alegria e
cordialidade, para reencontrarem o seu dinamismo evangélico.
Para viverem
plenamente a sua vocação sacerdotal, é necessário que os ministros de Cristo conservem
sempre presente o mistério do Senhor no coração da sua existência quotidiana. Isto
exige que, no exercício do seu ministério, reservem um lugar essencial à vida espiritual,
sobretudo pela fidelidade à Liturgia das Horas, à celebração regular da Eucaristia
e à meditação da Escritura. Na formação permanente, que eles procurarão continuar
durante toda a sua vida, encontrarão uma ajuda preciosa para que o seu ser e o seu
agir sejam sempre conformes à vontade do Senhor e à missão que receberam d'Ele e da
sua Igreja.
A formação dos futuros pastores é uma das vossas preocupações
mais constantes. O florescimento de vocações é um sinal da vitalidade das vossas comunidades.
Apesar dos numerosos obstáculos encontrados, empreendestes esforços consideráveis
para melhorar a assistência espiritual e a qualidade da formação intelectual e pastoral
dos vossos seminaristas. Exorto-vos a acompanhá-los com perseverança e a confiar uma
tarefa tão essencial para o futuro da Igreja a sacerdotes experimentados na vida espiritual,
com conhecimentos teológicos e filosóficos seguros e solícitos por favorecer a comunhão
com a Igreja inteira. Eles poderão assegurar um discernimento sério das vocações e
ajudar os jovens a adquirirem uma formação sólida para o futuro ministério. A vida
das almas consagradas
6. Aos religiosos e religiosas, que vivem a sua consagração
a Cristo com generosidade, desejo que sejam em toda a parte autênticas testemunhas
de Cristo, apresentando a todos o rosto paternal de Deus e a feição materna da Igreja.
A sua vida inteira seja um sinal do primado de Deus e dos valores do Evangelho na
existência cristã! Que a sua vida comunitária seja uma expressão autêntica da comunhão
eclesial! Seja ela a manifestação eloquente de que, entre os discípulos de Cristo,
«não há unidade verdadeira sem este amor recíproco e incondicional, que exige disponibilidade
para o serviço sem regatear energias, prontidão no acolhimento do outro tal como é,
sem "o julgar" (cf. Mt 7, 1-2), capacidade de perdoar inclusive "setenta vezes sete"
?(Mt 18,22)» (Vita consecrata, 42).
7. Nas vossas dioceses, os catequistas
e os voluntários da pastoral são com frequência verdadeiros animadores de comunidades,
de modo particular lá onde, devido às circunstâncias, os sacerdotes não podem estar
regularmente presentes. O seu testemunho de vida cristã é de grande importância para
o anúncio do Evangelho, assim como para a manutenção da vida eclesial nalgumas regiões.
Salvaguardando o carácter insubstituível do ministério ordenado para as comunidades,
convém que lhes deis o vosso apoio no cumprimento da missão que lhes confiais. É para
eles um encorajamento a terem sempre melhor consciência da sua responsabilidade entre
os irmãos, em comunhão com os pastores. Uma formação apropriada, que os ajude a desenvolver
as virtudes humanas e espirituais necessárias ao seu empenho, permitir-lhes-á adquirir
cada vez mais maturidade, a fim de produzirem frutos abundantes. Cada leigo deve,
por outro lado, ter «viva consciência de ser "membro da Igreja", ao qual é confiada
uma tarefa original, insubstituível, e que não pode ser delegada, uma tarefa a exercer
para o bem de todos» (Christifideles laici, 28). A vitalidade das comunidades de base,
e também dos movimentos de apostolado e de espiritualidade, é um sinal de esperança
para a renovação da Igreja, sobretudo lá onde as estruturas eclesiais desapareceram
por causa da violência.
8. Através das suas obras de caridade a Igreja, em
fidelidade ao Evangelho, realiza uma parte importante e inalienável da sua missão
ao serviço dos homens. As vossas dioceses estão empenhadas com muita generosidade
na assistência aos órfãos, viúvas, refugiados, prisioneiros e todas as pessoas que
sofrem ou estão na aflição moral ou material. A acção da Igreja católica nos sectores
da educação e da saúde é também uma participação essencial para a edificação da sociedade,
a fim de dar a esperança às jovens gerações e as preparar para o futuro como responsáveis
da vida nacional. Encorajo-vos vivamente a continuar estas obras que manifestam o
amor de Cristo por toda a pessoa humana sem distinção, contribuindo para a restaurar
na sua dignidade.
As dificuldades ligadas ao desequilíbrio demográfico na
sociedade, por causa dos recentes acontecimentos e das suas consequências, introduziram
uma condição nova para as relações matrimoniais. Tendo em conta estas situações, a
pastoral familiar ajudará os fiéis a reflectirem sobre o significado dos compromissos
do matrimónio e os modos de acompanhar os casais, em particular os jovens. Também
as pessoas que vivem no celibato devem ser apoiadas.
9. Para tornar efectiva
a comunhão entre todos os membros da Igreja, é essencial que se estabeleça um clima
de confiança mútua, que se estenderá ao conjunto da sociedade. Em toda a parte onde
as oposições põem em perigo a paz e o entendimento entre os grupos, a Igreja é chamada
a trabalhar com vigor para eliminar as divisões, sobretudo encorajando e praticando
ela mesma o diálogo que conduzirá à reconciliação. Acolher o próprio irmão ou irmã
com as suas diferenças, para neles encontrar riquezas que são oferecidas por Deus,
é uma exigência para todo o discípulo de Cristo. A formação dos jovens há-de integrar
este novo espírito que deveria presidir às relações entre as pessoas e entre as comunidades
humanas. Uma sociedade não pode ser estabelecida de maneira duradoura na compreensão
mútua sem uma cultura da verdade, da justiça e do perdão. O genocídio que o vosso
povo viveu causou sofrimentos indizíveis, que não poderão ser superados senão na solidariedade
e na unidade dos corações e mediante um empenho de todos em criar condições de maior
justiça. A paz é inseparável da justiça! Ela não se realizar á senão pela defesa da
vida, de toda a vida humana que, aos olhos de Deus, tem um valor único e inestimável.
Com efeito, «o reconhecimento efectivo da dignidade pessoal de cada ser humano exige
o respeito, a defesa e a promoção dos direitos da pessoa humana. Trata-se de direitos
naturais, universais e invioláveis: ninguém [...] pode modificar e muito menos eliminar
esses direitos que emanam do próprio Deus» (Christifideles laici, 38). A presença
da Igreja na vida social
10. Caros Irmãos no Episcopado, tornastes-me partícipe
das dificuldades que a Igreja encontra para fazer compreender o sentido da sua missão
na situação presente. «Como corpo organizado no seio da comunidade e da nação, a Igreja
tem o direito e o dever de participar plenamente, com todos os meios à sua disposição,
na edificação de uma sociedade justa e pacífica» (Ecclesia in Africa, 107). Ela tem,
por conseguinte, um papel particular a desempenhar na vida nacional, aprofundando
com lealdade a sua colaboração com o Estado, para favorecer as condições de estabelecimento
duma sociedade cada vez mais justa e pacífica. A sua presença na vida pública é clara
e a sua responsabilidade própria não deveria interferir na das pessoas que têm a missão
de guiar a nação nos seus caminhos terrestres. Enquanto a violência ainda continua
a afligir muitas regiões do vosso país e a enlutar numerosas famílias, faço ardentes
votos por que todos os homens de boa vontade possam unir os seus esforços para que,
finalmente, todos os ruandeses reencontrem a segurança e uma vida pacífica. Deste
modo poderão procurar juntos os meios para construir, numa real solidariedade, uma
nação próspera e fraterna, na qual cada um seja reconhecido na sua dignidade de homem
e de cidadão, e possa participar livremente na administração do bem comum. Convido
todos os responsáveis da nação a não pouparem esforço algum para que, num clima de
confiança mútua e reconciliação, chegue finalmente uma era de justiça e paz à terra
ruandesa e à região dos Grandes Lagos. Em particular, formulo calorosos votos por
que na República Democrática do Congo se continue a procurar incansavelmente uma solução
negociada para o conflito, de maneira que terminem as hostilidades e a luta armada
seja substituída por um acordo duradouro e a colaboração entre todos os países da
região, para o maior bem das suas populações e do continente inteiro. Nunca mais a
violência e a discórdia disponham irmãos contra irmãos!
11. Na conclusão do
nosso encontro, convido-vos a dirigir o olhar para o futuro com total confiança. Ao
aproximar-se a celebração do Grande Jubileu e do centenário da Igreja em Ruanda, exorto
os vossos fiéis a renovarem a sua adesão a Cristo, Salvador de todos os homens, e
a testemunharem com audácia que são discípulos do Evangelho. Todos se recordem de
que o Senhor não abandona ninguém nem se esquece de nenhum dos Seus filhos, cujo nome
está inscrito nas palmas das Suas mãos (cf. Is 49, 16)! «Sim, nas palmas das mãos
de Cristo, trespassadas pelos cravos da crucifixão! O nome de cada um de vós, [africanos],
está escrito nestas mãos» (Homilia em Cartum [10.2.1993], n. 8, citada por Ecclesia
in Africa, 143). Nos vossos esforços para o renascimento das comunidades, podeis contar
com o apoio fraterno e a oração da Igreja universal. Confio à intercessão da Virgem
Maria o futuro das vossas dioceses, assim como o da nação inteira. Peço-lhe de modo
particular que vos ajude no vosso ministério episcopal, a fim de encontrardes nela
uma guia segura, que vos conduza ao seu Filho. Do íntimo do coração dou-vos a Bênção
Apostólica, que faço extensiva a todos os fiéis das vossas dioceses.