2009-10-20 18:50:57

SÍNODO PARA A ÁFRICA: APRESENTADO ELENCO ÚNICO DAS PROPOSIÇÕES FINAIS


Cidade do Vaticano, 20 out (RV) - Encaminha-se para a sua conclusão a II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, em andamento no Vaticano com o tema "A Igreja na África a serviço da reconciliação, da justiça e da paz. <> (Mt 5, 13.14).

Esta manhã, durante a 17ª Congregação geral, foi apresentado o elenco único das Proposições finais. O documento, ainda provisório, receberá as emendas necessárias e será votado pela Assembléia.

Na presença de Bento XVI, os Padres sinodais lançaram um apelo em favor da paz na Região dos Grandes Lagos.

De fato, um premente apelo a fim de que cessem as violências na Região dos Grandes Lagos. É o que escreve a presidência do Sínodo numa carta endereçada, entre outros, aos bispos do Sudão, país que nos últimos tempos registrou o horror de cristãos crucificados.

"Não matarás" é um mandamento inscrito no coração do homem, lê-se no texto. A linguagem das armas seja substituída pelo diálogo.

A paz e a reconciliação prevalecem, naturalmente, no elenco único das Proposições apresentado esta manhã. No documento, ainda provisório, define-se o Sínodo atual como "Sínodo do Pentecostes", pede-se que a cooperação inspire a sociedade e se dê atenção à solidariedade pastoral.

Entrando no específico, os Padres sinodais refletem sobre o diálogo ecumênico e inter-religioso, em particular com o Islã. A exemplo do Dia mundial de oração pela paz, realizado em Assis em 1986, o esboço de Proposições pede o respeito pela liberdade de culto e convida a não politizar a religião nem torná-la objeto étnico.

Os Padres sinodais reafirmam que a liberdade religiosa é um direito fundamental que deve ser protegido e reconhecido; pedem que as igrejas e propriedades eclesiásticas confiscadas sejam restituídas e que se diga "não" ao fundamentalismo.

Também a relação com as Religiões Tradicionais Africanas é colocada como central, não devendo tais religiões ser rejeitadas a priori, mas estudadas em comparação com a teologia. Ao mesmo tempo, o Sínodo recomenda que a Igreja seja capaz de enfrentar o exoterismo e as práticas ocultas.

Em seguida, os Padres sinodais olham para o progresso concreto da África: nesse âmbito, pede-se para conter a "fuga de intelectuais" da África instituindo centros acadêmicos de alta qualidade; faz-se votos de um programa de anulação da dívida externa, e se defende a criação do microcrédito.

Ademais, os Padres sinodais dedicam espaço para a grande página da Doutrina Social da Igreja, que deve ser estudada e difundida em todos os níveis. Dá-se espaço também para a tutela do ambiente, no momento em que a África registra uma desertificação sem precedentes, fazendo votos de um tratado internacional sobre o tráfico de armas e a defesa dos direitos dos migrantes, que não devem ser criminalizados.

O elenco único das Proposições fala também da globalização, fazendo votos de que ela seja ética e solidária e reitera que os recursos naturais da África devem ser administrados localmente, sem a exploração por parte das multinacionais.

É também premente o auspício de que a democracia se difunda em toda a África, que sejam garantidas eleições livres, imparciais e transparentes, que os fiéis leigos vivam a sua vocação também na política, ao tempo em que se pede aos líderes religiosos que não assumam posição político-partidária.

Em seguida, o documento provisório volta a sua atenção para a defesa da família, muitas vezes atingida pela banalização do aborto e pelo desprezo à maternidade. Nesse âmbito, se pensa na criação de uma Federação pan-africana das famílias católicas.

Fala-se de tutela também para as mulheres, as crianças, os jovens, os portadores de deficiência, a fim de que a sua integração na Igreja e na sociedade seja sempre mais favorecida.

Depois, as Proposições se detêm sobre o problema da Aids, reiterando que essa patologia não é somente uma questão farmacêutica, mas uma instância de desenvolvimento integral e de justiça. Em particular, pede-se ajuda pastoral para os casais contagiados; reitera-se o "não" à infidelidade e à promiscuidade; condena-se quem difunde o vírus HIV como arma de guerra; pede-se para os doentes africanos os mesmos tratamentos médicos oferecidos no restante do mundo.

Ademais, é dada atenção à questão da pena de morte, da qual se auspicia a abolição total; e aos detentos, a fim de que os seus direitos não sejam violados.

Reserva-se igual atenção aos seminaristas, para os quais se pede a verificação de suas intenções; e aos sacerdotes, para que sejam imagem viva e autêntica de Cristo e vivam o compromisso da castidade e da oração.

Por sua vez, a última Proposição se detém sobre a comunicação: em particular, pede-se que a Igreja esteja mais presente nos meios de comunicação e que os jornalistas sejam formados em ética.

Por fim, os Padres sinodais felicitam o Secam (Simpósio das Conferências Episcopais da África e Madagascar) pelos seus 40 anos de atividades agradecendo pelo trabalho realizado e fazendo votos de um reforço de sua atuação.

Como dissemos, a última Proposição pede maior presença da Igreja nos meios de comunicação. A esse propósito, ouçamos o bispo de Cabina e presidente da Comissão para as Comunicações Sociais da Conferência Episcopal de Angola, Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias, que nos fala sobre a presença da Igreja angolana na mídia: RealAudioMP3 (RL)







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