SÍNODO: INTERCÂMBIO DE MASSA CINZENTA, NÃO SÓ DE MATÉRIAS-PRIMAS. OUÇA!
Roma, 19 out (RV) – Os padres sinodais participaram esta manhã, na sede da
prefeitura de Roma, de um congresso intitulado "Que parceria para a reconciliação,
a justiça e paz?".
Depois da saudação de autoridades e organizadores, cardeais
e bispos tomaram a palavra para ilustrar por onde passa essa "nova aliança" que o
continente africano deve estabelecer com o restante do mundo.
Para o Cardeal
Polycarp Pengo, da Tanzânia, a educação é o principal fator que pode ajudar a África
nesta nova parceria. Da África do Sul, o Cardeal Wilfrid Fox Napier recordou os anos
do apartheid. Mas quem comoveu a platéia foi o arcebispo congolês de Kinshasa, Dom
Laurent Monsengwo Pasinya.
O arcebispo falou do contraste que marca o seu país:
de um lado, os abundantes recursos naturais; de outro, a pobreza da população.
Em
dois pólos se dividem também as responsabilidades: de um lado, os governantes africanos,
que devem mudar sua maneira de governar; de outro, os interesses estrangeiros. "África
e Europa estão condenados a viverem juntos" – disse Dom Pasinya, em meio aos aplausos
dos presentes. E recordou os laços culturais e sociais que unem os dois povos.
"Para
uma nova parceria, o intercâmbio deve ser de massa cinzenta, e não de matérias-primas"
– defendeu, recebendo novamente os aplausos do público.
Citando a trágica
imigração que faz com que centenas de africanos morram à beira da Europa, Dom Pasinya
afirmou que a solução passa através do desenvolvimento da economia. "Fixem os africanos
na África, só assim teremos um mundo mais feliz, onde seja mais interessante viver."
O
último prelado a tomar a palavra foi o bispo guineense de Bissau, Dom José Câmnate
na Bissign, que em entrevista ao Programa Brasileiro falou do tema deste congresso:
(BF)