UM BILHÃO DE FAMINTOS NO MUNDO E CONTINUAMOS A COMPRAR ARMAS
Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - Hoje, 16 de outubro, celebramos o Dia Mundial
da Alimentação, uma data para recordar, refletir, mas principalmente decidir como
saciar a fome no planeta.
Primeiramente, vale recordar que segundo a Organização
das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, a FAO, seria suficiente que
os governos de todo o mundo destinassem 30 bilhões de dólares para a agricultura,
e a fome seria erradicada. Esse valor é irrisório se comparado à despesa com a compra
de armamentos, que chegou a 1.340 trilhões de dólares.
Na América Latina e
Caribe, a capacidade de produzir alimentos supera as necessidades energéticas mínimas
de todos seus habitantes, mas a distribuição da riqueza é a mais desigual do mundo.
Das cerca de 53 milhões de pessoas que padecem a fome, a anemia atinge uma média de
22 milhões de crianças em idade pré-escolar e 33 milhões de mulheres em idade reprodutiva.
Já a desnutrição crônica maltrata cerca de nove milhões de meninos e meninas latino-americanos
e caribenhos.
Alguns fatores contribuem para esta realidade latino-americana
e caribenha: o acesso à alimentação e o aumento nos preços dos alimentos que compõem
a cesta básica. Em alguns países, os preços dos produtos aumentaram em 50% entre 2003
e 2008.
Sob o lema “Conseguir a Segurança Alimentar em época de crise”, o Dia
Mundial da Alimentação lembra que a fome acentua a pobreza dos povos e limita o desenvolvimento
dos países. Assim, os mais afetados pela crise global são, justamente, os grupos de
maior vulnerabilidade do planeta: povos indígenas e afro-descendentes, crianças, mulheres
grávidas e pessoas soropositivas.
O desinteresse político em resolver o problema
compromete o primeiro tópico dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, estabelecido
em 1996 pela ONU: reduzir à metade a pobreza extrema e a fome mundial até 2015. (CM)