2009-10-16 12:17:28

SINODO: CRISTÃOS CRUCIFICADOS NO SUDÃO


Cidade do Vaticano, 16 out (RV) - A declaração do bispo sudanês Dom Edward Hiiboro Kussala, da diocese de Tombura-Yambio, chocou ontem os participantes do Sínodo e os jornalistas que acompanham a assembléia. Hoje, a imprensa dá grande destaque à denúncia do bispo: naquela região, os cristãos sofrem contínuos ataques, e muitas destas agressões são feitas por homens da Al Qaeda, treinados no Afeganistão. A violência e o desprezo pela vida naquela região não têm limites.

“No último dia 13 de agosto, os rebeldes entraram na minha paróquia, tomaram vários fiéis como reféns; ao fugir pela floresta, mataram sete e crucificaram-nos nas árvores. “Estão matando as pessoas, queimando as suas casas, as igrejas: isto é martírio” – disse o padre sinodal, segundo o qual, os rebeldes estão sendo ajudados pelo governo do norte, e por isso, possuem fuzis, armas e tudo mais. “A intenção é dificultar a paz necessária para preparar o referendo marcado para o ano que vem. Depois de seis séculos, o cristianismo foi praticamente destruído no norte do Sudão, e nós sofremos em nome do Senhor”.

Dom Kussala apela pela ajuda da comunidade internacional e pede preces a todos para fortalecer a comunidade cristã, que continua em seu tortuoso caminho de fé.

Em setembro passado, o bispo convocou uma oração-protesto de três dias que reuniu cerca de vinte mil cristãos sudaneses numa caminhada descalça de três quilômetros: um protesto silencioso pela incapacidade ou falta de vontade do governo em proteger a região dos conflitos tribais.

Em agosto também se verificaram vários atentados mortais e atrozes. Em uma ocasião, um grupo do Exército de Resistência do Senhor invadiu a igreja de Nossa Senhora da Paz e profanou o edifício antes de sequestrar 17 pessoas, a maioria adolescentes e jovens. Pouco depois, um deles foi encontrado morto, atado a uma árvore e mutilado. Apenas três dos reféns voltaram no dia seguinte; não se conhece o paradeiro dos outros.

A situação dos cristãos no Sudão é constantemente denunciada pela Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), organização internacional de caridade que se dedica aos cristãos perseguidos e oprimidos e tem o Sudão como prioridade na África. (CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.