2009-10-15 17:46:15

Intervenção do Sr. Emmanuel Habuka BOMBANDE, Diretor Executivo da rede de construção da paz na África ocidental (GHANA), Auditor


Sr. Emmanuel Habuka BOMBANDE, Diretor Executivo da rede de construção da paz na África ocidental (W.A.N.E.P.) (GHANA)

Um dos factores críticos que causam o aumento dos conflitos violentos em muitas comunidades africanas é o modo como enfrentam o legado da história. Os precedentes históricos, desde o tráfico de escravos ao colonialismo, semearam a desconfiança e a divisão entre os grupos e tornaram-se um ponto frágil sobre os quais certos líderes políticos e civis mobilizam seus seguidores contra os outros para conquistar votos e consenso no poder.
Algumas comunidades baseiam-se no seu passado como vítimas para justificar seu ódio; outras fundam-se nas heranças de um passado vitorioso para continuar a dominar outras comunidades. Em ambos os casos, um círculo vicioso de violência e de destruição devastadora captura todos, como vítimas das injustiças do passado. Isto não pode continuar. É hora de idear e de realizar estruturas que funcionem, que promovam o significado autêntico da justiça e da paz. São estas a justiça e a paz exortadas no Instrumentum laboris, nos números 44, 45, 46 e 47.

No Gana, a Conferência episcopal dos bispos católicos exortou as organizações da sociedade civil, como a WANEP, a apoiar os esforços dos bispos e promover o diálogo inter-comunitário e intra-comunitário. Este compromisso envolve também os líderes políticos e civis. Algumas comunidades que estiveram divididas por mais de oitenta anos, como os Nkonya e os Alavanyo, superaram a violência e estão aprendendo a coexistir pacificamente, enfrentando seus desacordos de modo não violento e reciprocamente respeitoso.
Em 2008, o Gana teve que enfrentar desafios semelhantes a muitos outros países africanos, e em dezembro de 2008, realizaram-se eleições gerais. Ao expressar de modo concreto a missão profética da Igreja, os bispos comprometeram-se activamente, no momento em que foi necessário, e colocaram a disposição um espaço, com o apoio do diálogo com a sociedade civil, no qual os líderes dos principais partidos políticos encontraram-se e expressaram com franqueza a sua desconfiança e os suspeitos mútuos, e enfim, qual seria, ao seu ver, o resultado das eleições. Neste espaço, os líderes foram chamados a responder às suas responsabilidades, para assegurar que as eleições se realizassem sem violências. O processo de envolvimento, através do diálogo, reduziu também as possibilidades de violências pós-eleitorais.
As tendências atuais indicam claramente que as eleições na África tendem a ser altamente contestadas, com a possibilidade de um aumento das violências relacionado às eleições.







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