2009-10-15 17:50:21

Intervenção do Dr. Munshya CHIBILO, da Associação "Comunidade Papa João XXIII" (ZÂMBIA), Auditor


Dr. Munshya CHIBILO, Chefe dos projetos de adoção à distância da Associação "Comunidade Papa João XXIII" (ZÂMBIA)



Gostaria de destacar a importância de trabalhar em prol da reconciliação com os jovens, através de uma abordagem não violenta que promova a educação para os pobres. Gostaria de ilustrar isso através da experiência específica da nossa Comunidade Papa João XXIII em um dos nossos projetos em Ndola, no Zâmbia para a crianças de rua, neste caso os meninos.

A nossa comunidade observara que quando íamos jogar fora os detritos em um lixão, muitas vezes encontrávamos adolescentes que vinham revistar o nosso lixo e que imediatamente começavam a dividi-lo. Os adolescentes eram organizados de tal modo que o mais velho era o líder do grupo e dava instruções para os demais.

A nossa Comunidade Papa João XXIII iniciou a interessar-se pela situação e a ir todos os dias até o lixão e ficar ali durante uma hora. Conversamos com eles e algumas vezes levamos um pouco de alimento. Assim, tornamo-nos amigos e soubemos das suas histórias do por que se encontravam em um lugar tão perigoso. Eis algumas razões:

- A maior parte deles era órfã, tendo perdido um ou ambos os pais por causa de diversas doenças, entre as quais a malária, o Vih e a Sida.

- Não podiam ir a escola porque não tinham dinheiro para as despesas.

- Não podiam encontrar trabalho porque não tinham nenhum diploma escolar.

- A pobreza era uma experiência comum nas suas casas.

- Em alguns casos, com a morte do pai os parentes tinham se apropriado dos bens, inclusive da casa, e as crianças tinham sido ameaçadas de morte através da bruxaria se se oupessem ou fossem à polícia ou a um tribunal.

Chichetekelo é um centro de atração seja para o governo seja para a população local. Alguns jovens concluíram a escola secundária e agora frequentam a universidade, enquanto aqueles com capacidade profissional conseguiram um emprego em boas empresas.

Creio que esta experiência da nossa comunidade seja um evidente testemunho de um ato não violento de justiça e de paz na verdade, através do qual as pessoas reconciliam-se entre si e com o seu Deus. De fato, é possível encontrar soluções sustentáveis para que as nossas crianças sejam melhor protegidas e possam ter a possibilidade de crescer para se tornar boas pessoas do mundo e boas pessoas de Deus.








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