2009-10-15 16:48:43

Intervenção do Card. Gabriel ZUBEIR WAKO, Arcebispo de Cartum (SUDÃO)


S. Em. R. Card. Gabriel ZUBEIR WAKO, Arcebispo de Cartum (SUDÃO)

Intervenção entregue por escrito mas não lida na Aula.



A coisa mais importante para nós africanos é não permitir que sejamos convencidos, dominados e guiados por tudo aquilo que nos fizeram nos últimos séculos da nossa história, do tráfico de escravos à atual globalização ultra-liberal. Todavia, por detrás desta evidente verdade, existe hoje, para cada africano, uma exigência radical: a necessidade de combater com todas as forças contra a nossa irrelevância, a nossa incoerência e o nosso ontológico menosprezo por nós mesmos, com a finalidade de construir uma nova sociedade sem ditaduras e impotências.

Como africanos, agora todos nós devemos ter coragem, crer em nós mesmos, aceitar-se e conquistar um lugar de respeito entre as nações do mundo. Garantem a estabilidade sobre nós, antes de tudo, a coragem da “história completa”, a visão honesta da nossa existência, a nossa história e a nossa realidade nos seus altos e baixos, nos seus momentos tristes e alegres.

O problema entre o sul e o norte do Sudão é antigo quanto o Sudão mesmo. Aquilo que agora é conhecido como “o problema do sul” é uma rede de questões complexas que vão das desigualdades no desenvolvimento entre norte e sul, às desigualdades nas oportunidades concedidas pelo governo central aos povos das duas partes do país. A esses se acrescentam também as diferenças raciais e religiosas entre os dois povos.

O isolamento do Sudão representa uma das realidades mais dolorosas. A comunidade internacional, e ONGs e outros países vizinhos sempre estiveram do lado os mais fracos. A África tem necessidade de pleno respeito e também deve dar-se o respeito. A assinatura do Acordo de paz em 2005 significou o fim do conflito no Sudão. Foi necessário um grande trabalhos para atuar o Acordo. Neste período de grandes incertezas com uma paz muito delicada, o Sudão tem necessidade da intervenção das pessoas que amam a paz.

A situação instável no sul - e em medida cada vez maior também no norte - não permite mais uma eficácia das ajudas ao desenvolvimento e da atuação do acordo de paz. A comunidade internacional não pode fazer outra coisa senão reagir e prestar ajuda. O máximo que se possa fazer é administrar o conflito e evitar que se agrave.

Este sínodo é destinado a desenhar uma autêntica “road map” para a salvação da África.

O último sínodo concentrou-se sobre a filosofia da comunidade africana como Família de Deus. O presente sínodo deveria basear-se sobre a ontologia da vida africana! Isto reabilitaria o passado africano no presente como fator para edificar uma nova África. Cristo veio ao mundo para que tivéssemos vida, e vida em abundância (Jo 10,10).








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