Roma, 15 out (RV) – A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO) divulgou ontem o relatório sobre a insegurança alimentar, elaborado em parceria
com o Programa Mundial de Alimentos (PAM).
De acordo com o documento, na América
Latina e no Caribe, o número de pessoas sem acesso à alimentação é de 53 milhões.
A região tem enfrentado uma crise de alimentos que reduziu ainda mais o acesso de
milhões de pessoas à comida.
Em entrevista à Rádio ONU, o representante da
FAO para a região, José Graziano da Costa, disse que a má distribuição generalizada
de renda, o aumento dos preços e o desemprego são os maiores responsáveis pela redução
de acesso aos alimentos.
"Depois de enfrentar dois anos de subida rápida dos
preços em 2006 e 2007, vimos, a partir do segundo semestre de 2008, uma recessão tomar
conta dos principais países da região, aumentando muito o desemprego" – afirmou
Para
solucionar a crise, o representante da FAO afirma que é preciso aumentar o poder aquisitivo
das populações e investir em políticas sociais, como as implementadas por Brasil,
México e Colômbia nos últimos anos.
"O Brasil, por exemplo, tem o 'Bolsa Família',
que vem do Programa Fome Zero. Outros países, como a Colômbia, também têm implementado
programas similares. O México, por exemplo, tem o programa 'Oportunidades'. Nesse
momento de crise, o que vale muito são essas redes sociais de proteção" – declarou.
Os
desafios da produção de alimentos nos países da região e em todo o mundo voltarão
a ser debatidos pela FAO durante a Cúpula sobre Segurança Alimentar, que se realiza
em novembro, em Roma. Bento XVI participará da sessão inaugural. (BF)