2009-10-14 14:10:02

Intervenção de Dom Joachim KOURALEYO TAROUNGA, Bispo de Moundou (CHADE)


S. E. R. Dom Joachim KOURALEYO TAROUNGA, Bispo de Moundou (CHADE)



Na minha língua materna, há um provérbio que diz: «Proclamar a caridade com palavras torna a caridade obsoleta». Mas há um outro que diz: «O benfeitor que provê todos os dias às necessidades do necessitado torna-o preguiçoso». Os desafios da reconciliação, da justiça e da paz em África são imensos e as suas respostas complexas e dispendiosas como vimos graças à intervenção do Sr. Rodolphe ADADA sobre o Darfur. A extensão e a complexidade dos dramas e das tragédias em África exigem uma solidariedade internacional. E este é o caso, já que o essencial do empenho das Igrejas de África em todos os âmbitos, educação à cidadania e defesa dos direitos humanos fundamentais através das comissões justiça e paz, depende muito das ajudas das Igrejas da Europa e da América do Norte. No Chade, nos últimos anos, essas ajudas diminuíram drasticamente e tomou-se consciência do efeito perverso da dependência. Para corrigir o mal, prescreveu-se o remédio da mobilização dos recursos locais. Ma de onde podem vir esses recursos locais? Há, claro, o contributo dos fiéis, mas esse é um contributo muito modesto, quase insignificante em relação à extensão das necessidades. Para assegurar o complemento, sem o qual nenhuma obra pode funcionar, dirigimo-nos aos organismos internacionais cuja filosofia e objectivos nem sempre são compatíveis com as nossas convicções. Por isso, a Igreja em África parece uma mãe de família sozinha que tem de se prostituir para dar de comer, uma casa, educação e cuidados aos seus muitos filhos.

A Igreja em África tem de proclamar a reconciliação, a justiça e a paz. Mas deve fazê-lo através das obras. Para realizar essas obras, ela precisa de meios e ela não se deve baixar a procurar esses meios custe o custar.



[00233-06.02] [IN165] [Texto original: francês]








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