2009-10-13 10:21:27

Intervenção de Dom George BIGUZZI, Bispo de Makeni (SERRA LEOA)


S. E. R. Dom George BIGUZZI, S.X., Bispo de Makeni, Presidente da Conferência Episcopal (SERRA LEOA)

Gostaria de dirigir-me aos Padres sinodais para que façam um apelo inequívoco para a abolição total e universal da pena de morte.
Além disso, deve ser dito que o tratamento desumano dos prisioneiros de guerra, o sacrifício dos civis durante os conflitos e o recrutamento de crianças-soldado são crimes contra a humanidade, claramente expressos na Convenção de Genebra e protocolos anexos. O caminho para a paz e a reconciliação passa através do reconhecimento, a rejeição e a reparação destes crimes. A guerra não justifica crimes contra a humanidade. A voz profética da Igreja torna-se necessária não obstante o facto que não são muitos a escutá-la.
A Igreja na África deu passos de gigante rumo à autonomia económica, mas em muitos casos ainda temos necessidade do apoio das outras Igrejas. Estou convencido de que falo em nome de outros bispos quando exprimo a minha sincera gratidão pela ajuda incomensurável recebida da Igreja na Europa, na América do Norte e noutras partes do mundo. A Igreja, em muitas regiões da África subsaariana deve a sua primeira evangelização e o seu crescimento ao empenho missionário da Igreja do mundo ocidental.
Com frequência a Igreja do mundo ocidental canaliza a sua ajuda servindo-se das próprias estruturas eclesiais para o desenvolvimento e a cooperação ultramar. Os nomes desses organismos variam de país para país, mas trata-se de departamentos católicos nacionais. Bastante frequente, com a nossa surpresa, os dirigentes e o representantes de tais departamentos oferecem
apoio ou iniciam projectos paralelos aos - ou até fora dos - nossos programas pastorais, sem consultarem-se com o bispo local ou com a Conferência episcopal nacional. Às vezes são tomadas decisões sobre quais projectos financiar, onde os executar e qual deva ser a agência que os aplique, sem consultarem-se connosco. Este sistema humilha a Igreja local, representa um desperdício de recursos, não garante a continuidade e ignora o potencial efeito evangelizador da obra da Igreja na sociedade.
O humilde apelo que dirijo aos nossos irmãos bispos da Igreja ocidental é para que estabeleçam claras directivas para o pessoal que administra os seus departamentos de desenvolvimento, a fim de que trabalhem consultando-nos e haurindo dos planos e das prioridades pastorais dos bispos africanos.








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