2009-10-13 10:10:33

Intervenção de Dom Antonio Maria VEGLIÒ, Arcebispo titular de Eclano, Presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes


S. E. R. Dom Antonio Maria VEGLIÒ, Arcebispo titular de Eclano, Presidente do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes (CIDADE DO VATICANO)

A realidade da pastoral da mobilidade humana é um fenómeno muito importante, extenso e complexo, sobretudo na África e da África, que sempre foi e é um continente abrangido por este problema, sobretudo pelos fluxos de emigrantes, refugiados e desabrigados. Nas últimas três décadas, várias circunstâncias alimentaram tal fenómeno. Além da crescente urbanização, guerras e conflitos de vário tipo transformaram muitos Países em “exportadores” de refugiados e emigrantes para os Países vizinhos, para outras regiões do continente ou para Países estrangeiros. Existem também factores económicos, sociais, culturais e políticos, interligados entre si, que forçam os africanos a abandonarem os próprios países de origem.
Os movimentos migratórios na África são, contudo, mais “horizontais” que “verticais”. Com efeito, a migração intra-continental é bem maior do que aquela para o resto do mundo, chega-se a estimar que a migração interna envolva actualmente pelo menos 40 milhões de pessoas, na maioria Africanos. E tudo indica que estes fluxos internos e interregionais continuarão a aumentar nos próximos anos e nas próximas décadas.
A crise económica e os conflitos que afectam muitos Países do continente africano deram lugar a preocupantes sentimentos xenófobos em relação aos imigrantes, transformados em bodes expiatórios para os problemas políticos e económicos internos. Geralmente, por isso, as políticas migratórias dos Estado tornaram-se mais rígidas para dificultar a permanência e o desenvolvimento de actividades por parte dos imigrantes.
Em tal contexto, o respeito dos direitos humanos, dos princípios democráticos e do estado de direito, o bom governo, o aprofundamento do diálogo político e o fortalecimento da cooperação internacional, representam as linhas-guia sobre as quais se jogam o presente e o futuro da África.
A dimensão pastoral, em tal processo, não é de secundária importância. Só uma autêntica relação de justiça, de facto, produzirá a paz e, então, a Igreja poderá ter força na África a serviço da reconciliação e do anúncio do Evangelho.








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