2009-10-13 13:45:47

Intervenção de Dom Robert MUHIIRWA, Bispo de Fort Portal (UGANDA)


S. E. R. Dom Robert MUHIIRWA, Bispo de Fort Portal (UGANDA)



Falo sobre o grande desafio da pobreza à qual assisto no meu país, Uganda, em particular na minha diocese de Fort Portal, que tem uma população de cerca um milhão de católicos, com aproximadamente 2.000 catequistas. Acredito que a minha diocese, como muitas outras na África, tenha um grande potencial. Por exemplo, terrenos férteis nas áreas rurais, cidades pequenas e grandes. Mas na situação financeira actual, não somos capazes de desenvolver esta terra e sustentar-nos economicamente. Por isso continuamos a pedir ajudas financeiras às nossas Igrejas-irmãs na Europa, América e noutros países desenvolvidos, com a finalidade de poder construir igrejas, reitorias para as nossas paróquias, conventos, para ter meios de transporte a fim de poder desempenhar os nossos compromissos pastorais, etc. Certamente estamos agradecidos por toda a ajuda que recebemos.

Contudo, se quisermos ser uma Igreja madura, uma Igreja viva que seja auto-suficiente e se difunda, devemos tornar-nos também mais autónomos e depender dos recursos que nós mesmos conseguimos recolher, pondo-nos numa tal posição que possamos apoiar os programas da Igreja e oferecer uma justa retribuição aos nossos catequistas, religiosos e sacerdotes, pois isto poderia ajudá-los a não abandonar voluntariamente as nossas dioceses para procurar pastagens mais ricas noutros lugares. Além de tudo isto, devemos realizar programas para os jovens, a fim de que não sejam conquistados pelos muçulmanos ou pelas Igrejas pentecostais, que estão a investir milhões de dólares no nosso país para os atrair à sua religião.

Poderíamos manter um diálogo maior sobre o modo em que as nossas Igrejas ou dioceses-irmãs no mundo desenvolvido nos assistem? Por exemplo, ajudando as dioceses-irmãs e as conferências em relação às possibilidades de fazer investimentos para ser autónomas, de maneira a ser capazes de pagar um salário aos nossos agentes pastorais, especialmente os catequistas e outros? Conseguiremos idealizar sozinhos os programas pastorais, superando a síndrome de dependência que faz com que alguns doadores se sintam cansados? Deixai que a sabedoria do seguinte lema resuma a minha intervenção: «Dai um peixe a um homem e ele virá até vós todos os dias, mas dai-lhe um anzol e ele pescará sozinho todos os dias».







All the contents on this site are copyrighted ©.