2009-10-13 13:59:24

Intervenção da Sra. Barbara PANDOLFI, Presidente geral do Instituto Secular das Missionárias da Realeza de Cristo (ITÁLIA), Auditora


Sra. Barbara PANDOLFI, Presidente geral do Instituto Secular das Missionárias da Realeza de Cristo (ITÁLIA)

A presença dos membros dos Institutos Seculares está escondida, aceitando a precariedade da vida cotidiana, ao lado dos outros, sem protecção nem privilégios, à procura de caminhos e de soluções que muitas vezes são apenas prováveis, vivendo com o desejo de fraternidade universal.
Por isso, a vocação dos Institutos seculares mostra a exigência da promoção de um laicado maduro, que possa contribuir para a edificação de uma sociedade civil baseada nos valores humanos do cristianismo.
Na busca da justiça e da paz, sobretudo, a experiência dos leigos consagrados, inseridos nos vários âmbitos da vida social, pode favorecer micro-processos de reconciliação, contribuir para uma consciência crítica, encontrar, à luz do Evangelho, vias alternativas de justiça e partilha.
A nossa vida e experiência leva-nos a olhar o mundo e a história com discernimento e sentido crítico, mas também com uma visão positiva que parte da certeza que, seja onde for, se podem encontrar os sinais e os germes da presença de Deus, que pedem para ser reconhecidos, promovidos e acompanhados, assumindo como próprio o estilo do diálogo e da testemunha.
Se a mulher é um eixo fundamental da sociedade africana, muitas vezes é-lo de forma “escondida”, não oficial e reconhecida, entre dificuldades e preconceitos.
Já que a maioria dos Institutos seculares, os Institutos femininos, são em África, é urgente a exigência de favorecer e promover a valorização da mulher, e não apenas como esposa e mãe, mas como pessoa capaz de responsabilidade e autonomia nos vários âmbitos da vida social e é urgente a sua presença na Igreja, presença específica e não apenas subordinada.
Se a primeira fractura do género humano, causada pelo pecado, foi a entre homem e mulher, um dos sinais da paz e da reconciliação talvez possa ser justamente a promoção de uma real responsabilidade partilhada e de um efectivo reconhecimento da igual dignidade entre homens e mulheres, para lá de qualquer domínio e discriminação.
Talvez tenha chegado o momento de a mulher, muitas vezes, tradicionalmente, sujeita ao homem, poder estar verdadeiramente, em todos os âmbitos da vida social e eclesial, ao mesmo nível do homem, em diálogo com ele.
É neste sentido que o Evangelho se pode tornar uma real força de mudança.








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