2009-10-13 12:07:35

Homenagem á acção dos missionários, responsabilidade social e gestão racional dos recursos; crise alimentar, água agricultura, temas da intervenção no Sínodo de Jacques Diouf director geral da FAO


(13/12/2009) “Desejo prestar homenagem à acção da Igreja em África, ao lado dos pobres. Os missionários, as religiosas e muitas comunidades desenvolvem um trabalho frequentemente difícil, ingrato, mas sempre útil, ao lado de organizações inter-governamentais, de ONGs e da sociedade civil. Desejo saudar estes homens e estas mulheres que eu vi agir em muitos países com discrição e eficiência”: palavras do senegalês Jacques Diouf, director-geral da FAO (o organismo da ONU para a Alimentação e a Agricultura), intervindo nesta segunda-feira, no Sínodo, como Convidado especial.

“Qualquer compromisso pela justiça e pela paz na África é inseparável da exigência de progresso na realização do direito à alimentação para todos” – considerou ainda o responsável da FAO, citando a propósito a mensagem que Bento XVI dirigiu no ano passado à Conferência sobre a segurança alimentar: “é preciso reafirmar com vigor que a fome e a subalimentação são inaceitáveis num mundo que dispõe, na realidade, de níveis de produção, recursos e conhecimentos suficientes para pôr termo a tais dramas e às suas consequências”. Jacques Diouf sublinhava assim a convergência de pontos de vista da Igreja Católica e da FAO sobre o problema fundamental que a alimentação constitui para cada ser humano. Citando também a Encíclica “Caritas in veritate”, o director da FAO recordou o princípio da "centralidade da pessoa humana". “As grandes forças espirituais e morais (observou) são, para a nossa acção, um precioso apoio, pois a tarefa de satisfazer o “direito à alimentação para todos” é de facto gigantesca.

Detendo-se sobre a actual situação em África, Jacques Diouf convidou a África – “continente martirizado, explorado, despojado pela escravatura e pela colonialismo” a não se resignar a permanecer esmagado na recusa negativista. Pelo contrário, considerou, há que aprofundar os conceitos de “nigritude” e de “africanismo”, baseados ao mesmo tempo no enraizamento local e na abertura universal.
No que diz respeito à crise alimentar, água e agricultura, Diouf sublinhou que os dados actuais são piores do que os de 1996, quando a Cimeira Mundial da Alimentação se empenhou em reduzir em 50 % a fome e a desnutrição no mundo. Em todo o caso, o director-geral da FAO declarou-se “estruturalmente optimista”: é possível a visão de um mundo sem fome, se existir vontade política ao mais alto nível. No caso da África, porém – advertiu – “será impossível vencer a fome e a pobreza sem aumentar a produtividade agrícola”.

A concluir, Jacques Diouf destacou “a convergência dos ensinamentos religiosos, em especial da Igreja Católica e do Islão, sobre a necessidade de vigiar na gestão racional dos recursos com base numa estratégia de acção que respeite as pessoas e os bens deste mundo, sem excessos nem desperdícios”. Ensinamentos que sublinham a responsabilidade social e a solicitude para com os mais necessitados. “A Doutrina Social da Igreja é, deste ponto de vista, um contributo essencial”.








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