O BRASIL FESTEJA A SUA PADROEIRA NOSSA SENHORA APARECIDA
Cidade do Vaticano, 12 out (RV) - Hoje , 12 de outubro, a Igreja em todo o
Brasil comemora a sua Padroeira, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.
Na segunda
quinzena de Outubro de 1717, três pescadores, Filipe Pedroso, Domingos Garcia e João
Alves, ao lançarem sua rede para pescar na águas do Rio Paraíba, encontraram a Imagem
de Nossa Senhora da Conceição, no lugar denominado Porto do Itaguassu. Filipe Pedroso
levou-a para sua casa conservando-a consigo até 1732, quando a entregou a seu filho
Atanásio Pedroso. Este construiu um pequeno oratório onde colocou a imagem da Vrigem
que ali permaneceu até 1743. Todos os sábados, a vizinhança reunia-se no pequeno oratório
para rezar o terço. Devido à ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou
a se divulgar, com o nome dado pelo povo de Nossa Senhora Aparecida. No dia 26 de
Julho de 1745 foi inaugurada a primeira Capela. Como esta, com o passar dos anos,
não comportasse mais o número de devotos, iniciou-se em 1842 a construção de um novo
templo inaugurado a 8 de Dezembro de 1888. Em 1893, o bispo diocesano de São Paulo,
Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, elevou-o à dignidade de “Episcopal Santuário
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida”. No dia 8 de Setembro de 1904, por ordem
do Papa Pio X, a imagem milagrosa foi solenemente coroada, e no dia 29 de Abril de
1908 foi concedido ao Santuário o título de Basílica menor. O Papa Pio XI declarou
e proclamou Nossa Senhora Aparecida Padroeira do Brasil, no dia 16 de Julho de 1930,
“para promover o bem espiritual dos fiéis e aumentar cada vez mais a devoção à Imaculada
Mãe de Deus”. No dia 5 de Março de 1967, o Papa Paulo VI ofereceu a “Rosa de Ouro”
à Basílica de Aparecida. Em 1952, iniciou-se a construção da nova Basílica Nacional
de Nossa Senhora Aparecida, solenemente dedicada pelo Papa João Paulo II no dia 4
de Julho de 1980.
Durante a dedicação da Basílica Nacional de Aparecida, em
1980, o Papa João Paulo II assim se expressou:
“Viva a Mãe de Deus e nossa
/ sem pecado concebida! / Viva a Virgem Imaculada, / a Senhora Aparecida!”. Desde
que pus os pés em terra brasileira, nos vários pontos por onde passei, ouvi este cântico.
Ele é, na ingenuidade e singeleza de suas palavras, um grito da alma, uma saudação,
uma invocação cheia de filial devoção e confiança para com Aquela que, sendo verdadeira
Mãe de Deus, nos foi dada por seu Filho Jesus no momento extremo da Sua vida (cf.
Jo 19,26) para ser nossa Mãe. Em nenhum outro lugar este canto adquire tanta
significação e tem tanta intensidade quanto neste lugar onde a Virgem, há mais de
dois séculos, marcou um encontro singular com a gente brasileira. Com razão para aqui
se voltam, desde então, os anseios desta gente, aqui pulsa, desde então, o coração
católico do Brasil. Meta de incessantes peregrinações vindas de todo o País, está
é, como já disse alguém, a “Capital espiritual do Brasil”. Sim, amados irmãos
e filhos, Maria - a Mãe de Deus - é modelo para a Igreja, é Mãe para os remidos. Por
sua adesão pronta e incondicional à vontade divina que Lhe foi revelada, torna-se
Mãe do Redentor (cf. Lc 1,32), com uma participação íntima e toda especial
na história da Salvação. Pelos méritos de Seu Filho, é Imaculada em sua Conceição,
concebida sem a mancha original, preservada do pecado e cheia de graça. O amor
e a devoção a Maria, elementos fundamentais na cultura latino-americana (cf. João
Paulo II, Homilia no Santuário de Nossa Senhora de "Zapopán”, México,
30 de Janeiro de 1979), são um dos traços característicos da religiosidade do povo
brasileiro. Estou certo de que os Pastores da Igreja saberão respeitar esse traço
peculiar, cultivá-lo e ajudá-lo a encontrar a melhor expressão, a fim de realizar
o lema: chegar “a Jesus por Maria”. (SP)