"VEM E SEGUE-ME": O ELO QUE UNE OS CINCO NOVOS SANTOS CANONIZADOS POR BENTO XVI
Cidade do Vaticano, 11 out (RV) – "Vem e segue-me." Os cinco novos santos canonizados
esta manhã têm em comum o acolhimento ao convite de Jesus. A cerimônia eucarística
foi presidida por Bento XVI, na Basílica Vaticana.
Zygmunt Szczenny Felinski
(polonês), Francisco Coll y Guitard (espanhol), José Damião de Veuster (belga), Rafael
Arnáiz Baron (espanhol) e Joana Maria da Cruz Jugan (francesa): todos eles, destacou
o pontífice, acolheram o convite exigente de Jesus e se colocaram com docilidade no
seguimento do Cristo Crucificado e Ressuscitado.
"Sua perfeição, na lógica
da fé, às vezes humanamente incompreensível, não consiste em colocar a si mesmo no
centro, mas em escolher andar contracorrente, vivendo segundo o Evangelho" – explicou
o papa, comentando as leituras do dia.
Na homilia, o papa recordou a vida e
os feitos de cada um deles. De Zigmunt Szcesny Felinski, ressaltou sua inabalável
fé na Divina Providência. Arcebispo de Varsóvia e fundador da Congregação das Franciscanas
da Família de Maria, foi uma grande testemunha da fé e da caridade pastoral em tempos
difíceis para a nação e para a Igreja na Polônia. Quando eclodiu a revolta contra
a anexação russa, em 1863, defendeu os oprimidos. Por ordem do czar russo, passou
vinte anos em exílio em Jaroslawiu, às margens do Volga, sem jamais ter retornado
à sua diocese.
De São Francisco Coll y Guitard, o papa destacou sua atividade
evangelizadora. Membro da Ordem dos Pregadores, sua paixão foi pregar, em grande parte
de modo itinerante e usando a forma de "missões populares". A fim de anunciar e reavivar
a Palavra de Deus nos povoados e cidades da Catalunha, fundou a Congregação das Irmãs
Dominicanas da Anunciação.
De José de Veuster, que na Congregação dos Sagrados
Corações de Jesus e de Maria recebeu o nome de Damião, o papa ressaltou sua atividade
missionária. Aos 23 anos, em 1863, deixou sua terra natal, Flandres, para anunciar
o Evangelho em outra parte do mundo, o Havaí. Na Ilha de Molokai, trabalhou a serviço
dos hansenianos. Durante os últimos quatro anos de sua vida, contraiu a doença. "São
Damião nos arrasta para a opção pelos bons combates, não aqueles que trazem divisão,
mas aqueles que unem. Convida-nos a abrir os olhos para as lepras que desfiguram a
humanidade de nossos irmãos e clamam também hoje, para além de nossa generosidade,
a caridade de nossa presença servidora" – afirmou o pontífice.
Evocando o Evangelho
de hoje, Bento XVI fez uma analogia entre o jovem rico e o Irmão Rafael Arnáiz Baron,
falecido aos vinte sete anos como oblato na Trapa de São Isidoro de Dueñas. Membro
de uma família abastada, ele disse 'sim' à proposta de seguir Jesus, sem limites nem
condições. Para o papa, São Rafael representa hoje um exemplo para os jovens que não
se contentam com pouco, mas aspiram à verdade plena.
Por fim, de Santa Maria
da Cruz, Bento XVI destacou sua obra no serviço dos idosos mais empobrecidos, que
"foi como um farol para conduzir nossa sociedade que está sempre redescobrindo o lugar
e a contribuição única deste período da vida". Nascida em 1792 em Cancale, na Bretanha,
Joana Jugan fundou a Congregação das Pequenas Irmãs dos Pobres. "Seu carisma é sempre
atual, visto que muitos idosos sofrem inúmeros tipos de pobreza e de solidão, sendo
abandonados, às vezes, inclusive por suas famílias."
O papa concluiu agradecendo
a Deus pelo dom da santidade, "que neste dia brilha na Igreja com singular beleza".
"Convido todos a se deixarem atrair pelos exemplos luminosos destes santos, a se deixarem
guiar por seus ensinamentos para que toda nossa existência se torne um cântico de
louvor ao amor de Deus." (BF)