REFLEXÃO PARA O 28º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO B
Cidade do Vaticano, 11 out (RV) - A liturgia de hoje nos questiona sobre a
autêntica sabedoria, aquela que leva a uma felicidade sem limites, a uma total realização,
em todos os âmbitos da vida.
Os bens que almejamos nos trazem dependência e
não nos dão segurança. Ao contrário, nos brutalizam, tornando-nos gananciosos e opressores.
O autor da primeira leitura preferiu a Sabedoria ao poder , à riqueza, à beleza ,
à saúde, “pois o esplendor que dela irradia não se apaga”. Em seguida diz que todos
bens vieram com ela.
A sabedoria está em discernir, em saber escolher aquilo
que é duradouro, que não perece e nos sacia plenamente.
No Evangelho vemos
um homem rico em bens deste mundo, mas desejoso dos bens eternos. Ele busca Jesus
e lhe pergunta o que fazer para ganhar a vida eterna. Jesus lhe responde dizendo que
a vida eterna está no relacionamento fraterno: entre outras coisas, não matarás,
não cometerás adultério, não roubarás. O homem se mostra um justo, pois nada transgrediu
desde a juventude. Contudo, ainda não chegou à perfeição.
Jesus, então, fez
a proposta libertadora, após lhe dirigir um olhar amoroso: Só uma coisa te falta.
Vai, vende tudo o que tens e dá aos pobres, e terás um tesouro no céu. Depois vem
e segue-me! ” Não basta não ter feito mal, é preciso ser misericordioso! Por isso
o Mestre acrescenta para seus discípulos a dificuldade de um rico entrar no céu. É
necessário que ele se deixe tocar pela graça de Deus e dê à sua riqueza um sentido
social, fraterno. Quem fizer isso participará da nova sociedade, a dos filhos de Deus.
A 2ª leitura nos fala da força da Palavra de Deus, da sua capacidade de realizar
em nós o que o Espírito nos fizer pedir ao Pai.
Hoje, o Santo Padre canonizou
5 beatos, 4 homens e 1 mulher que foram sábios aos olhos de Deus, fazendo opção por
aquilo que é eterno. Abriram mão de riqueza, juventude, saúde, de tudo que era
lícito e louvável aos olhos do mundo e também da religião, para se colocarem mais
próximos a Jesus, para se tornarem cidadãos do céu.
Foram livres em partilhar
não apenas bens materiais, mas suas vidas. Por isso estão eternizados, recordados
sempre como amigos de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, e vivendo plenamente a felicidade.
São homens literalmente realizados!
Que o exemplo desses novos santos revigore
também em nós o desejo de alcançar a santidade, testemunhando no dia-a-dia o amor
a Deus e aos irmãos. (CAS)