MAIS QUE VIVER, NECESSITA-SE DE UMA RAZÃO PARA VIVER!
Cidade do Vaticano, 10 out (RV) - Amanhã o Santo Padre Bento XVI canonizará
cinco beatos, entre eles o sacerdote belga Damião de Veuster, religioso da Congregação
dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e da Adoração Perpétua do Santíssimo Sacramento
do Altar.
Pe. Damião faleceu em 1889, na ilha de Molokai, no Pacífico, com
apenas 49 anos. Mas quem foi o Pe. Damião? Foi alguém que amou tanto a Deus e aos
homens que desde seus 19 anos deixou a família, abrindo mão do futuro empresarial
que seu pai havia preparado para ele e entrou na vida religiosa.
Aos 24 anos,
sabendo que seu irmão de sangue e de congregação havia ficado doente e não poderia
ir para as missões no Havaí, apresentou-se como voluntário e repentinamente se viu
missionário. Mais tarde, já sacerdote e com 33 anos, se apresentou outra vez como
voluntário para ir viver em Molokai, a ilha reservada pelo Governo havaiano para confinar
todos os leprosos daquele arquipélago.
Damião chegou a Molokai e viu a degradação
moral e física em que viviam os doentes e suas famílias. Através de seus contatos
com a Congregação religiosa, com a Igreja e com pessoas que conhecia na Europa, ele
foi obtendo recursos e com o passar do tempo conseguiu refazer o templo, casas, construir
edifícios públicos, orfanato, ampliação do hospital, a implantação do sistema hidráulico
de abastecimento, o porto, ruas, tudo com a colaboração dos que ainda podiam ajudar.
E até mesmo uma banda de música para preencher o tempo livre dos doentes.
Mas
o mais belo do trabalho de Damião, contudo, foi fazer suas ovelhas descobrirem que
aos olhos de Deus cada ser humano é infinitamente precioso, porque Deus o ama como
um Pai, e n’Ele todos se reconhecem irmãos e irmãs.
Ele dizia que sua grande
alegria era servir o Senhor em seus filhos pobres e doentes, rejeitados pelos demais
homens e que sempre se fazia alegre para encorajar os doentes.
Pe. Damião morreu
quatro anos após ter anunciado que havia contraído a lepra e ele o fez dizendo: “
Nós os leprosos...”
Sobre ele disse Gandhi: “ O mundo da política e da imprensa
podem oferecer poucos heróis como o Pe. Damião de Molokai. Valeria a pena procurar
a fonte de inspiração de tanto heroísmo.”
Em um mundo onde tantos jovens, rapazes
e moças, desperdiçam sua juventude em prazeres fúteis e passageiros, onde os políticos
gastam o dinheiro do contribuinte para sua própria promoção, onde os “realities shows”
– nos quais preponderam o aparecer sobre o ser – arrebanham fabulosas assistências,
num mundo onde a cultua da morte se sobrepõe à da vida, as atitudes do Pe. Damião
de Molokai, ao se colocar como voluntário para o serviço dos leprosos, grita que
neste mundo louco e desvairado, alguém está lúcido! (CAS)