2009-10-10 14:43:47

Intervenção de Dom Jean-Baptiste TIAMA, Bispo de Sikasso (MÁLI)


S. E. R. Dom Jean-Baptiste TIAMA, Bispo de Sikasso, Presidente da Conferência Episcopal (MÁLI)

A Igreja no Mali trabalha ao lado de outros filhos da nação a fim de que no país se realize a paz profunda que todos esperam, não obstante as situações difíceis que estão a enfrentar.
Vivendo num regime de democracia, o país alterna os governos políticos sem lutas armadas. Contudo, às vezes, a democracia foi aviltada por manipulações da constituição e rebeliões armadas. No Norte do país as insurreições dos Tuaregues ameaçaram comprometer a paz nacional. Todavia, graças a uma verdadeira afeição ao valor da paz, a perda de vidas humanas foi limitada. As cerimónias simbólicas da reconquista da paz permitiram curar as feridas.
Em 2003, com a sua carta pastoral «E se reabilitássemos a política!», os bispos atraíram a atenção dos partidos políticos sobre a sua tarefa de educação dos militantes, de animação da cena política e de subordinação à primazia dos serviços à nação e não dos interesses de parte das coalizações ou dos seus membros.
Com uma taxa de crescimento de 5% em 2008, o Mali actualmente está a acumular riqueza; porém, a pobreza está em toda parte, com os seus corolários de corrupção e malversação; os pobres parecem ser presas fáceis da injustiça. Também a Igreja sofreu isto num conflito fundiário.
A Igreja faz-se presente, através dos seus organismos e as suas associações e o apoio dos seus parceiros no desenvolvimento, no âmbito da educação e da santidade. Este ano, Caritas Mali celebra 50 anos. São numerosas as ajudas nas emergências e os programas de promoção social e económica que testemunham o vínculo inseparável entre fé e acção.
Os líderes religiosos (católicos, protestantes e muçulmanos) tiraram vantagem do facto de que o Estado os convide aos encontros de reflexão sobre as grandes questões da sociedade para criar «a sagrada aliança dos religiosos». É um círculo de qualidade, no qual os líderes das comunidades religiosas, em caso de crise, realizam intercâmbios e decidem em conjunto as acções a favor da paz entre as suas respectivas comunidades, mas também entre determinados grupos sociais e o governo. Hoje, a questão da Sida está especificada entre as actividades da sagrada aliança.
Alguns movimentos sociais recentes, suscitados por um novo código das pessoas e da família, abriram um amplo espaço de reflexão sobre a lei, a democracia e os valores culturais, especialmente os religiosos.








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