IGREJA HONDURENHA PEDE SOLUÇÃO "JUSTA E PACÍFICA" PARA CRISE POLÍTICA
Tegucigalpa, 09 out (RV) - A Igreja Católica em Honduras pediu ontem que a
crise política iniciada em 28 de junho tenha "uma solução justa, pacífica e concordada",
advertindo que qualquer tipo de violência prejudicará o diálogo iniciado quarta-feira
passada.
"Não podemos continuar na incerteza, na tensão pessoal e social e
na deterioração econômica. É urgente uma solução que garanta a convivência pacífica
e uma autêntica vida democrática" – lê-se no comunicado da Conferência Episcopal de
Honduras.
"Experimentamos na própria carne, na Igreja e na sociedade os sofrimentos,
as divisões e a violência que esta prolongada crise provocou" – acrescenta a nota.
Os bispos então manifestam seu apoio ao diálogo entre representantes do presidente
interino, Roberto Micheletti, e do presidente deposto, Manuel Zelaya, afirmando que
a população hondurenha deposita muitas esperanças nessa negociação e, portanto, não
pode ser frustrada, pois provocaria uma decepção ainda maior.
Sobre a negociação,
a Conferência Episcopal recorda que não se reduz somente a uma solução técnica, mas
engloba uma dimensão ética: "Por isso, os que se sentam à mesa do diálogo têm uma
grande responsabilidade diante de Deus e da sociedade – responsabilidade que não devem
esquecer nem subestimar".
Os bispos concluem dizendo que estão conscientes
de que um acordo político não representa a solução total para os graves problemas
que acometem Honduras; todavia, é indispensável para que o país tenha as condições
institucionais para enfrentá-los.
A missão da Organização dos Estados Americanos
(OEA), que patrocina o diálogo, expressou ontem sua confiança na resolução da crise.
Participam da negociação, sem mediadores, três representantes de Micheletti e três
de Zelaya. Mas os representantes Zelaya querem pressa na negociação, estabelecendo
o dia 15 de outubro como data-limite. (BF)