2009-10-08 12:45:48

Intervenção do Rev. Raymond Bernard GOUDJO, Secretário da Comissão "Justitia et Pax" da Conferência Episcopal Regional da África do Oeste (BENIM)


Rev. Raymond Bernard GOUDJO, Secretário da Comissão "Justitia et Pax" da Conferência Episcopal Regional da África do Oeste (BENIM)



A paz não é um caldeirão, ela não pode servir de trampolim para uma ideia, seja ela qual for. A paz é um fim a perseguir constantemente que pressupõe que certos valores tanto partilhados quanto numerosos, sejam postos em prática.

Perante situações sociais críticas, explosivas até, vemos desenvolverem-se módulos de educação à paz. Estes módulos preocupam-se muito mais com o mecanismo comportamental do que com os valores estruturais. Os valores estruturais fazem imediatamente e permanentemente uma pessoa humana, quer sob o ponto de vista espiritual quer psicológico e moral, porque lhe dão a capacidade de escolher radicalmente, dentro dum contexto definido, o bem para si próprio que corresponda ao bem para todos.

Com a palavra instrução devemos entender a pedagogia e a recepção de valores na pessoa humana: quer dizer, a acção pedagógica que consiste em abrir a pessoa humana a uma visão integral de todo o homem e do homem todo, para que na relação que, apesar da presença constante de conflitos, visa a amizade, ela seja capaz de se auto-governar por si própria, em virtude do Espírito do conselho, rumo aos bens pessoais e sociais mais elevados.

Permito-me fazer duas proposições:

1. A Igreja-família de Deus na África (apelo ao SECAM - SCEAM), junto com o Conselho Pontifício para a educação cristã, deveria constituir, o mais depressa possível, uma equipa de especialistas de pedagogia e de comunicação dos valores sociais e cristãos. Esses investigadores deveriam elaborar e produzir um silabário e uma gramática do social, que serviriam de base para as várias Conferências Espiscopais Regionais e Nacionais. Estas, por sua vez, deveriam depois enriquecê-las graças à dedicação das suas Comissões de Justiça e Paz, da Pastoral social (Caritas), do Ensino católico, do Apostolado dos leigos e da Pastoral familiar.

2. A Igreja-família de Deus na África (SECAM - SCEAM) deveria ver como um todo único o ensino, a formação de base (as crianças na família como lugar de inseminação natural dos valores humanos) e o difícil diálogo sem preconceitos com a classe dirigente e elitária (ela também confrontada com problemas imediatos e angustiantes que as meras enunciações morais não são capazes de resolver e que têm, muito pelo contrário, a tendência para pôr de lado as verdades de fé e os costumes, resumindo, a caridade da Igreja-família de Deus).








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