2009-10-08 17:13:39

Intervenção de Dom Nicolas DJOMO LOLA, Bispo de Tshumbe (RDCONGO)


S. E. R. Dom Nicolas DJOMO LOLA, Bispo de Tshumbe, Presidente da Conferência Episcopal (REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO)



Ao fazer uma análise sobre as consequências das guerras e das violências sofridas pela República Democrática do Congo, sentimo-nos compelidos a condenar as mentiras e os subterfúgios utilizados pelos predadores e mandantes destas guerras violentas. O tribalismo evocado incessantemente para justificar essas guerras na República Democrática do Congo não é senão um pretexto. A diversidade étnica é instrumentalizada a fim de se criar uma oportunidade para saquear os recursos naturais.

Deploramos que a comunidade internacional não actue suficientemente para pôr fim a estas guerras e violências e que não se interessem pelas suas verdadeiras causas: o saque dos recursos naturais. Ela limita-se a preocupar-se com as consequências das guerras em vez de enfrentar as suas causas de modo determinado e convicto. Ao mesmo tempo, deploramos que os sofrimentos e as vidas humanas ceifadas pelas guerras na República Democrática do Congo não suscitaram a mesma indignação e condenação que provocam quando acontecem sob outros céus. Como explicar então o ressurgimento e a virulência das violências que continuam a ser condenadas com palavras sem que se prevejam acções eficazes para pôr fim de uma vez por todas às suas causas?

Porventura, não partilhamos a mesma humanidade?

Num mundo em que se torna cada vez mais evidente que constituímos uma aldeia global, seriam necessárias acções concertadas e globais para pôr fim às violências perpetradas contra a África através do saque dos seus recursos, a fim de que se permita a esse continente, no início do terceiro milénio, viver também na paz e desenvolver-se na solidariedade com os outros.

Para este fim, sugerimos que este sínodo exorte antes de tudo os cristãos, em nome da nossa fé em Jesus Cristo, que com o seu sacrifício supremo na cruz nos doou a verdadeira medida da dignidade de cada pessoa humana, e depois os homens e mulheres de boa vontade, em nome da nossa comum humanidade, a condenar e denunciar publicamente os mandantes das guerras e das violências na África. Caso contrário, seremos cúmplices do mal causado ao nosso irmão.








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