2009-10-08 17:18:04

Intervenção de Dom Buti Joseph TLHAGALE, Arcebispo de Joanesburgo (ÁFRICA DO SUL)


S. E. R. Dom Buti Joseph TLHAGALE, O.M.I., Arcebispo de Joanesburgo, Presidente da Conferência Episcopal (ÁFRICA DO SUL)



No Instrumentum laboris, a questão da inculturação é pouco tratada. E ainda na Ecclesia in Africa categoricamente estabelece que a inculturação é um sine qua non no trabalho de evangelização. Sem inculturação, não há nem genuína evangelização nem genuína reconciliação. Antes de mais nada, “o evangelho é plantado no terreno humano da cultura” (I.L. 73)

Os valores morais embutidos nas diversas culturas africanas, lado a lado aos valores do Evangelho, são ameaçados pela nova ética global que agressivamente busca persuadir os governos africanos e comunidades a aceitarem novos e diferentes significados dos conceitos de família, casamento e sexualidade humana. (Isto foi apontado na apresentação do Cardeal Turkson). As culturas da África estão sob forte tensão do liberalismo, secularismo e de lobistas que sorrateiam na União Africana. A África encara uma segunda onda de colonização sutil e brutal ao mesmo tempo.

O desafio mais crítico a encarar a Igreja na África não é a falta de análises, a falta de um entendimento de temas e suas interligações. O desafio é a falta do colectivo (político) desejo de implementar as resoluções tomadas; encontrar soluções trabalháveis para os desafios que nossa sociedade afronta, se levantar ao desagradável desafio da liderança. Uma premente questão precisa ser feita. Para quem conta nossas associações regionais e continentais? O que são as propostas dessas plataformas além de expressar compaixão, solidariedade e colegialidade? Os membros falam da boca pra fora para as conferências regionais e continentais. Dívidas não são pagas. Como então existem resoluções a serem implementadas quando nós mesmos sabotamos nossas próprias organizações, trabalhadores frustrados e membros eleitos do conselho desmoralizados ao invés de guiar, ajudar e colectivamente estabelecer e revisar os objectivos. Se as resoluções do Sínodo estão sendo implementadas em nossas conferências nacionais, regionais ou continentais exige responsabilidade.

Em segundo lugar, nós, como uma hierarquia, parecemos trabalhar sozinhos nesses temas que cruzam o continente. Os leigos, pela virtude do baptismo, têm um significante papel a realizar. Espera-se deles o testemunho em praças públicas, em suas famílias e locais de trabalho. Sua voz cristã em face dos muitos desafios na África, é fraca, abafada ou simplesmente silenciosa. A hierarquia está sem parceiros fiéis no trabalho de transformação da África. Aos leigos católicos precisa ser dado voz em ordem de se levantar e serem contados por sua fé católica. A hierarquia não pode fazer isso sozinha.








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