2009-10-08 12:46:25

Intervenção de Dom Ambroise OUÉDRAOGO, Bispo de Maradi (BURKINA FASO)


S. E. R. Dom Ambroise OUÉDRAOGO, Bispo de Maradi (BURKINA FASO)



No Níger, o Islã está presente de forma maciça e colore todas as actividades da vida social, cultural, económica e política. As mesquitas e as medersas estão presentes em todo lugar. Vimos também a construção de orfanatos, centros de assistência médica e entidades de solidariedade. Alguns novos movimentos islâmicos reformadores ajudam as rádios e televisões privadas de matriz religiosa a fim de formar os fiéis muçulmanos para que vivam e pratiquem melhor a religião.

Vivendo no centro de tal contexto sociocultural e religioso, a Igreja família de Deus no Níger, consciente de sua situação de minoria, se empenha a viver e testemunhar o amor de Deus para estar a serviço da Reconciliação, da Justiça e da paz.

A Igreja de Deus no Níger, faz do diálogo islâmico-cristão uma prioridade pastoral de sua missão de Evangelização. Sem pretender realizar acções extraordinárias ou tomar iniciativas excepcionais, as comunidades cristãs, ajudadas e encorajadas por seus pastores, se empenham a buscar e a viver uma fraternidade universal no espírito de gratidão com os irmãos e irmãs muçulmanos, através do diálogo de vida, de escuta, do respeito pelo outro e de bons costumes, não obstante os acontecimentos marcantes da vida humana.

A comissão inter-diocesana se encarrega das relações islâmico-cristãos, e nós organizamos sessões de formação que reúne cristãos e muçulmanos. Tais sessões, animadas juntamente por sacerdotes e imames, permitiram não somente que cristãos e muçulmanos se reunissem em torno da mesa redonda, mas sobretudo rezassem, trocassem opiniões e refletissem juntos sobre a função dos líderes religiosos na educação cívica, na prevenção de conflitos e na luta contra a pobreza no Níger.

Enfim, a presença do arcebispo Niamey na comissão ad hoc que se ocupa da prevenção de conflitos políticos e sociais no Níger é uma prova da estima e da credibilidade que as autoridades políticas nutrem pela Igreja no Níger.

Somos convictos que hoje o diálogo entre cristãos e muçulmanos não é somente possível, mas é necessário e urgente por causa dos conflitos, das guerras e da violência que afligem a nossa África e o nosso mundo. Se queremos uma África reconciliada, onde reina a Justiça e a Paz, é utópico e contraproducente que os fiéis africanos trabalhem de maneira dispersa. É preciso que unamos as nossas forças e os nossos talentos para rezar e trabalhar juntos em favor do advento e do nascimento de uma África de paz, de justiça e de perdão. Não devemos ter medo de por em risco as nossas vidas ao insistir sobre a Palavra de Deus que nos salva e nos liberta de todo mal.








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