SÍNODO DOS BISPOS PARA A ÁFRICA: VIOLÊNCIAS ANTICRISTÃS E RESPEITO PELOS EMIGRANTES
ENTRE TEMAS APRESENTADOS
Cidade do Vaticano, 07 out (RV) - Prossegue, no Vaticano, o II Sínodo dos Bispos
para a África, dedicado ao tema da reconciliação, da justiça e da paz. Nesta quarta-feira
teve lugar a primeira sessão de trabalho para os chamados Círculos menores. Ainda
pela manhã, uma delegação dos Padres sinodais visitou o Campidoglio – sede da prefeitura
de Roma – para um encontro com o prefeito da capital italiana, Gianni Alemano.
-Ontem
à tarde, os trabalhos do Sínodo prosseguiram com a quarta Congregação geral. oram
numerosos os temas tratados na Sala do Sínodo, como as violências contra os cristãos,
a necessidade de uma "conversão ecológica" da África e o problema das migrações.
A
sessão vespertina foi aberta pelo testemunho trazido da República Democrática do Congo,
onde algumas paróquias sofreram ataques e atos de intimidação. Gestos com os quais
se pretende silenciar a Igreja, única ajuda a um povo terrorizado, humilhado e explorado
– foi ressaltado.
Depois teve lugar o tema das relações com as seitas: um desafio
urgente a ser afrontado também com autocrítica, frisaram os Padres sinodais, buscando
entender o que que é insuficiente no trabalho pastoral. Foram também feitos votos
de um novo impulso nas relações ecumênicas e de uma compreensão específica das expressões
culturais africanas.
Foi também lançado um apelo a fim de que a Igreja na África
suscite uma "conversão ecológica" mediante a educação, de modo que países não sejam
vítimas da exploração petrolífera, do desmatamento, da presença de lixos tóxicos.
Foi
ainda destacada a necessidade de uma formação sacerdotal adequada, que busque passar
do "diálogo entre as culturas" à "cultura do diálogo".
Ademais, destaca-se
o encorajamento feito aos leigos a que possam ser intermediários evangelizadores entre
a Igreja e o mundo, e ressaltada a necessidade de apoio aos Tribunais Penais Internacionais,
a fim de que restabeleçam justiça e paz baseadas na verdade, como afirmava João Paulo
II, "não há paz sem justiça, não há justiça sem perdão".
Ressalta-se ainda
o auspício feito a fim de que a União Africana acolha um representante permanente
da Santa Sé e um observador do Simpósio das Conferências episcopais da África e Madagascar.
Por
fim, teve lugar a página trágica dos emigrantes, dos deslocados, dos que pedem exílio,
uma realidade que na África diz respeito a mais de dez milhões de pessoas, vítimas
da exploração e do desprezo pelos direitos humanos.
Daí, a esperança de que
o Sínodo estude as causas subjacentes ao tráfico de seres humanos, do drama das viagens
clandestinas via mares, para demonstrar ao mundo que a vida dos africanos é sagrada,
e não desprovida de valor – como muitas vezes é apresentada por vários meios de comunicação
social. (RL)