Intervenção do Card. Zenon GROCHOLEWSKI, Prefeito da Congregação para a Educação Católica
S. Em. R. Card. Zenon GROCHOLEWSKI, Prefeito da Congregação para a Educação Católica
(CIDADE DO VATICANO)
Os centros católicos de educação tiveram uma função
importantíssima na obra de evangelização e contribuíram muito no desenvolvimento social
do continente. Justamente no âmbito do ensino e da educação a Igreja na África tem
que enfrentar seu maior desafio.
a) A educação mais importante é a dos seminaristas.
Em relação aos seminaristas, a Congregação para a Educação Católica (CEC) é competente
nos territórios das missões somente “naquilo que concerne ao plano geral dos estudos”
e não no que se refere à “formação”. Em relação ao ensino nos seminários deve ser
ressaltado que já 70 institutos foram afiliados a uma faculdade eclesiástica, e principalmente
à Pontifícia Universidade Urbaniana (este é um sexto de todos os seminários afiliados
no mundo), que é obrigada a desenvolver um regular controle do ensino. Nesta matéria
é preciso se preocupar, de qualquer modo, com a falta, às vezes, de ligação orgânica
entre o ensino filosófico, que se realiza muitas vezes num lugar diferente ou se apóia
num Instituto não adequado, e o ensino da teologia.
De qualquer forma, os problemas
concernentes à formação do clero na África (adequado discernimento, formação espiritual
e efectiva, etc) saem da competência da CEC, mesmo se o ensino e a formação sacerdotal
são elementos estreitamente ligados entre si. Na perspectiva da formação se deve sobretudo
exigir que em toda nação seja elaborado uma apropriada “Ratio institutionis sacerdotalis”
(pedido expressamente pelo Concílio: OT, 1) e aprovado pela Autoridade competente
da Santa Sé que deveria redigir um adequado regulamento geral como foi pedido pela
primeira Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos de 1967. É preciso, além disso, fazer
visitas apostólicas regulares e qualificadas e também uma preocupação constante pela
formação dos formadores, de modo particular uma sólida formação espiritual daqueles
sacerdotes que estudam em Roma, que principalmente se tornarão professores e formadores
nos seminários.
b) Em relação às escolas católicas, a sua experiência na África
é significativa: quase 12.500 creches com mais de 1.260.000 alunos; mais 33.250 escolas
de ensino fundamental com cerca de 14.000.000 alunos; e quase 10.000 escolas de ensino
médio com cerca de 4.000.000 alunos. Esta vasta realidade oferece à Igreja um precioso
instrumento de evangelização, de diálogo e de serviço às populações do continente.
É importante que estas escolas conservem e reforcem a sua clara identidade católica.
Isso exige que a formação dos professores não seja somente profissional, mas também
espiritual, para que considerem o seu trabalho como apostolado a ser realizado.
c)
No que concerne os institutos de ensino superior, o número deles nos últimos dez anos
multiplicou. Hoje existem 23 Universidades Católicas, 5 Faculdades Teológicas e 3
Faculdades Filosóficas. Todas estas instituições constituem um lugar privilegiado
para evangelizar as culturas e formar homens retos, agentes de paz, de reconciliação,
testemunhas da fé. Gostaria a propósito de fazer algumas considerações úteis:
-
Gosto de sublinhar o esforço dado pelas faculdades eclesiásticas ao problema da inculturação:
ela exige uma aguçada sabedoria evangélica e deve ser enfrentada seriamente à luz
do ensinamento da Igreja.
- Em todas as universidades católicas, deve estar
presente o pensamento teológico pelo menos com as cátedras de ensino teológico para
os leigos, da doutrina social da Igreja, etc.
- Aos tempos modernos se deve
atribuir uma particular importância em formar católicos altamente qualificados para
os meios de comunicação “são o novo areópago de nosso século”.
- Ocorre também
intensificar a pastoral nas universidades estatais.