2009-10-07 15:17:44

Intervenção de Dom Martin MUNYANYI, Bispo de Gweru (ZIMBÁBUE)


S. E. R. Dom Martin MUNYANYI, Bispo de Gweru (ZIMBÁBUE)



A Igreja no Zimbábue aprecia muito que o Instrumentum laboris tenha-se ocupado de questões de grande interesse para o nosso país - como a pobreza, a violência, a falta de reconhecimento às mulheres, às crianças e aos grupos de minoria - e também de problemas relativos à injustiça na Igreja, como as condições de trabalho dos seus empregados.

O Zimbábue viveu experiências sociopolíticas muito difíceis e desumanas que remontam aos períodos pré-colonial, colonial e pós-colonial que devem ser tratadas com urgência. Na busca de uma reconciliação duradoura, seria um erro pedir às pessoas que simplesmente se esquecessem do passado.

Há necessidade de reconciliação não só no país em geral, mas também na Igreja, pois vemos aumentar a tensão nalgumas das nossas paróquias devido às diferenças linguísticas e étnicas.

Na África, quando falamos de justiça, certamente falamos de partes envolvidas, que compreendem inclusive as famílias. As comunidades precisam reunir-se para debater os próprios problemas num cenário da «Árvores das Palavras». E deveria ser instaurada a justiça retributiva e regenerativa antes da morte de uma das partes em causa.

As questões de justiça na Igreja referem-se obviamente o não pagamento aos nossos trabalhadores da quantia suficiente que constitua um justo salário e o mau uso dos recursos da Igreja por parte de sacerdotes nas despesas das comunidades. Algumas práticas da Igreja tendem a ter preconceitos contra as meninas. Por exemplo, as meninas são castigadas e os meninos não.

Enquanto Igreja local, instituímos estruturas como a Comissão «justiça e paz» para nos dedicar aos aspectos históricos negativos da nossa experiência.

A inteira tarefa deveria começar na família, como esclareceu justamente o Papa Bento XVI: «A família é a primeira e insubstituível educadora para a paz... porque permite realizar experiências determinantes de paz».

Ao fazer isto, deveriam ser levadas a sério, literalmente, as palavras de João Paulo II: «Não existe paz sem justiça, não existe justiça sem perdão». Este é o reino da justiça defendido no Instrumentum laboris, que resume a mensagem evangélica de reconciliação, justiça e paz.








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