Aprender dos nossos erros do passado e renovar o compromisso de cooperar e de sermos
globalmente solidários : o Arcebispo Celestino Migliore nas Nações Unidas
(7/10/2009) O Arcebispo Celestino Migliore, núncio apostólico e observador permanente
da Santa Sé nas Nações Unidas, interveio nesta terça feira na 64ª sessão da Organização,
em Nova York. Dom Celestino falou da crise econômica e dos seus efeitos humanos,
como a insegurança e a incapacidade de muitas famílias proverem ás suas necessidades
mínimas. Para o núncio, devemos aprender dos nossos erros do passado e renovar o compromisso
de cooperar e de sermos ‘globalmente solidários’. O representante da Santa Sé
pediu à ONU que se una aos países mais ricos para ajudar aqueles que ficaram ainda
mais precários, no seu processo de desenvolvimento. Igualmente, é requerido um maior
esforço na construção e na manutenção da paz, alicerces sobre os quais as Nações Unidas
foram criadas. Neste sentido, a próxima Conferência de Copenhaga sobre mudanças
climáticas será um teste de habilidade para a comunidade internacional, perante
um problema do qual é a causa e sofre as consequências. Indivíduos, companhias e Estados
deverão reconhecer a necessidade moral e ética de explorar os recursos do mundo de
um modo sustentável. Ao lado desta responsabilidade, está o dever dos Estados e corporações
internacionais, que usaram e abusaram dos recursos globais, de assumir a sua quota-parte
para resolver o problema. O arcebispo louvou o recente consenso das grandes potências
nucleares em reduzir arsenais nucleares, e a intenção comum de vincular a importação,
exportação e transferência de armas convencionais, e relevou o esforço crescente de
alguns Estados em tratar esta questão. Em contrapartida, alertou para a insistência
de outros países em continuar a gastar quantias desproporcionais em armas nucleares,
e neste sentido, pediu controles mais efectivos. O representante da Santa Sé salientou
o envolvimento da sociedade civil ao denunciar violações de direitos humanos e promover
o seu respeito, sendo também solidária ao levar esperança e assistência a estes povos.
A corrupção generalizada, as pandemias, a mortalidade materna, a crise, o terrorismo,
a insegurança alimentar, as mudanças climáticas e a migração demonstram que num mundo
cada vez mais globalizado, as soluções regionais são apenas um factor da equação que
resulta em paz e em justiça. São problemas globais, que clamam uma resposta internacional,
e é imperativo que a ONU e outras organizações internacionais olhem ao seu redor e
promovam reformas que vençam os desafios deste mundo interligado. Neste sentido, Dom
Celestino coloca a sua delegação à disposição para trabalhar juntos, ajudando a criar
uma Organização inspirada no direito, na moralidade e na solidariedade com os que
mais precisam