2009-10-05 20:50:59

SÍNODO PARA A ÁFRICA: OS PRONUNCIAMENTOS DOS CARDEAIS ARINZE E TURKSON


Cidade do Vaticano, 05 out (RV) - Logo após discurso de Bento XVI, esta manhã, na Sala do Sínodo prosseguiram os trabalhos com três pronunciamentos: a saudação de um dos presidentes delegados, Cardeal Francis Arinze; a introdução do secretário-geral do Sínodo, Dom Nikola Eterović; e o "Relatório antes da discussão", feito pelo relator-geral, o Cardeal Peter Turkson, arcebispo de Cape Coast, República de Gana.

A África no coração da Igreja presente no mundo inteiro: iniciou-se assim a segunda Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos dedicada ao continente africano.

Na abertura dos trabalhos, o Cardeal Arinze recordou que a África é conhecida, sim, como uma terra que busca fugir das injustiças e das guerras, mas também como um continente de amor, de solidariedade e de compromisso pela paz e a reconciliação.

Por sua vez, o arcebispo Eterović ressaltou o dinamismo da África evidenciando também um crescimento das vocações, e as muitas atividades da Igreja no continente no campo da caridade, da saúde e da educação.

Em seguida, a palavra passou ao relator-geral, que, baseado no Instrumentum Laboris (Instrumento de Trabalho), indicou os principais temas sobre os quais os Padres sinodais deverão trabalhar.

É tempo de "trocar de marcha" e de dizer a verdade sobre a África com amor, promovendo o desenvolvimento do continente que levará ao bem-estar do mundo inteiro – disse o Cardeal Turkson.

"A África – acrescentou – foi acusada por muito tempo pela mídia de tudo aquilo que é repugnado pela humanidade. A invés, é o segundo mercado mundial emergente após a China, é o continente das oportunidades. Os problemas existem, é verdade, reconheceu o purpurado, indicando alguns, como as seitas, os confrontos étnicos e as migrações, que colocam os filhos da África numa condição servil."

O cardeal ganense indicou ainda outros problemas: a crise do matrimônio tradicional, minado por uniões alternativas desprovidas do conceito de compromisso duradouro e sem a finalidade da procriação. Isso – continuou ele – tende a estabelecer uma nova ética global sobre a família, sobre a sexualidade humana, e sobre aspectos ligados ao aborto, à contracepção e à engenharia genética.

O Cardeal Turkson indicou ainda outras chagas que afligem o continente, como a droga e o tráfico de armas, para o qual fez votos da criação de um tratado vinculador sobre a importação e exportação. Ademais, abordou o grande tema da mudança climática, que atinge a África com inundações, seca e penúria.

O purpurado ganense abordou também os três temas principais do Sínodo, ou seja, reconciliação, justiça e paz.

Por fim, o Cardeal Turkson reiterou a ligação com o primeiro Sínodo Especial para a África de 1994 e ressaltou que a última encíclica de Bento XVI, a "Caritas in veritate", será um documento de referência para os trabalhos dos Padres sinodais. Concluindo, com um sorriso a quem lhe perguntara se mais cedo ou mais tarde a Igreja terá um papa negro, o purpurado respondeu: "E por que não?" (RL)







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