FESTA DOS MÁRTIRES INAUGURA PRIMEIRO SANTUÁRIO DE NATAL
Manaus, 05 out (RV) - “O verdadeiro Santuário é Cristo”. Com essas palavras,
o arcebispo de Natal, Dom Matias Patrício, saudou sábado os fiéis que lotaram a missa
de inauguração do Santuário dos Mártires, a primeira basílica de Natal.
O
Santuário dos Mártires - que recorda o massacre que dizimou mais de 70 fiéis no século
XVII – foi construído num terreno de mais de seis mil metros quadrados, doado pela
Prefeitura de Natal há nove anos.
Na homilia da missa, Dom Matias abordou a
importância do santuário para a fé católica: “Um santuário tem que ser belo, sem ser
um simples reflexo de suntuosidade. É preciso que seja um sinal da realidade celeste.
Esse é o espaço que nos oferece a condição do diálogo com Deus, do diálogo entre o
criador e a criatura”.
O feriado estadual no dia 3 de outubro foi sancionado
há três anos, através da lei 8.913, de seis de dezembro de 2006. A memória dos mártires
de Cunhaú e Uruaçú lembra o massacre de dezenas de pessoas que participavam de uma
missa, no ano de 1645. Hoje, eles são considerados primeiros mártires do Brasil reconhecidos
oficialmente pela Igreja.
Entre os mortos por holandeses e índios tapuias e
potiguares em defesa da fé católica, estavam os padres André de Soveral, Ambrósio
Francisco Ferro, Mateus Moreira. A intolerância religiosa teria sido o motivo da matança.
As
inúmeras tendas colocadas na área do evento não foram suficientes para abrigar todos
os fiéis. Para Padre Antônio Murilo de Paiva, que celebrou várias missas durante o
dia, a data representa um momento de fé para todos os brasileiros: “Este evento é
uma feliz conjunção religiosa e cívica”.
O dia se encerrou com o Auto dos
Mártires, às 20 horas. 80 atores contaram a história de fé, devoção e massacre vivida
pelos cristãos que lutaram contra a opressão holandesa. O Auto dos Mártires teve uma
novidade na concepção teatral dos espetáculos que seguem essa linha: o papel de Nossa
Senhora foi encenado por uma jovem negra, escolhida de forma proposital, para fazer
alusão à padroeira do Brasil Nossa Senhora Aparecida. (CM)