2009-10-04 16:13:12

BENTO XVI: "ÁFRICA, IMENSO PULMÃO ESPIRITUAL PARA A HUMANIDADE"


Cidade do Vaticano, 04 out (RV) - O Santo Padre presidiu neste domingo, na Basílica de São Pedro, a celebração eucarística de abertura da II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos.

O papa iniciou a homilia, recordando a I Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, inaugurada pelo Servo de Deus João Paulo II, em 10 de abril de 1994. O Santo Padre deu as boas-vindas aos bispos que participarão do II Sínodo para a África, aos especialistas e auditores. Saudou também o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterović, e seus colaboradores, além de Sua Beatitude Abuna Paulus, patriarca da Igreja Ortodoxa Etíope, delegados de outras Igrejas e Comunidades eclesiais. Enfim, o papa saudou as autoridades civis e os embaixadores que participaram da cerimônia, como também os sacerdotes, religiosos, religiosas, os representantes de organismos, movimentos e associações, e também o coro congolês que junto com o coro da Capela Sistina animaram a celebração eucarística.

Bento XVI prosseguiu a homilia destacando três aspectos da liturgia deste domingo que falam sobre a primazia de Deus sobre a criação, o matrimônio e as crianças. A senhoria de Deus, Criador e Senhor, "as crianças sabem acolher melhor do que os adultos. É por isso que Jesus as indica como modelo a seguir para entrar no Reino dos Céus" – frisou o papa. O pontífice disse ainda que o reconhecimento da senhoria de Deus é um dos pontos salientes da cultura africana e acrescentou: "Naturalmente na África existem múltiplas e diferentes culturas, mas todas concordam que Deus é o Criador e a fonte da vida. Sobre o primeiro aspecto a África é depositária de um inestimável tesouro para o mundo inteiro. Quando se fala de tesouros da África, o pensamento recorre aos recursos cujo é rico o território que infelizmente continua sendo motivo de exploração, conflitos e corrupção."

O Santo Padre frisou que a Palavra de Deus nos ajuda a olhar a outros patrimônios que a África possui, o espiritual e cultural. Bento XVI frisou ainda que a África é um imenso pulmão espiritual para a humanidade que está vivendo uma crise de fé e esperança. O papa fez um apelo para que a África não se contamine com a doença do mundo ocidental caracterizada pelo materialismo e o pensamento relativista e niilista.

O papa sublinhou que o primeiro mundo exportou e continua exportando lixo tóxico espiritual, que contagia às populações de outros continentes e também africanas. Neste sentido o colonialismo, que terminou no plano político, não foi totalmente exterminado. Bento XVI chamou a atenção para outro problema que poderá atingir a África: o fundamentalismo religioso acompanhado por interesses políticos e econômicos.

A seguir o Santo Padre uniu a leitura do livro do Gênesis relativa ao matrimônio, "por isso o homem deixará seu pai e sua mãe, e se unirá à sua mulher e eles serão uma só carne", ao contexto africano e eclesial, ressaltando que "a vida conjugal entre o homem e a mulher, ou seja, a família que nasce dessa união está inscrita na comunhão com Deus e à luz do Novo Testamento se torna ícone do Amor Trinitário e sacramento de união entre Cristo e a Igreja. Na medida em que protege e desenvolve a sua fé a África poderá encontrar grandes recursos em prol da família fundamentada no matrimônio."

O Santo Padre falou sobre as crianças, ressaltando que a liturgia deste domingo, nos convida a olhar especialmente para a realidade das crianças que sofrem em vários países da África. "Em Jesus que acolhe as crianças podemos ver a imagem da Igreja na África e em todas as partes do mundo que manifesta a sua maternidade, sobretudo para com os pequenos" – frisou o pontífice.

Bento XVI destacou que com a sua obra de evangelização e promoção humana, a Igreja pode oferecer uma grande ajuda à sociedade africana marcada pela pobreza, violência, injustiças e guerras.

A vocação da Igreja, comunidade de pessoas reconciliadas com Deus e com os irmãos, é ser profeta e fermento de reconciliação entre os vários grupos étnicos e religiosos do continente africano.

O pontífice agradeceu aos padres sinodais pela ajuda que darão aos trabalhos da II Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, que será renovada experiência de comunhão eclesial fraterna que beneficiará toda a Igreja, sobretudo no âmbito do Ano Sacerdotal.

O papa finalizou a homilia pedindo orações a fim de que o Senhor torne frutuoso o II Sínodo para a África e invocou sobre o evento a proteção de São Francisco de Assis, de todos os santos africanos e da Virgem Maria, Mãe da Igreja e Nossa Senhora da África. (MJ)







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