REFLEXÃO DO PE. CESAR AUGUSTO SOBRE A LITURGIA DO XXVII DOMINGO DO TEMPO COMUM –
ANO B
Cidade do Vaticano, 04 out (RV) - A Liturgia deste domingo nos fala da dignidade
do ser humano, ao relatar a formação da mulher como término da criação do homem.
A
posição do ser humano como o rei de tudo que foi criado, está explicitado no fato
de todos os animais terem sido levados, por Deus, à presença de Adão, para que ele
nominasse um por um.
O fato de Deus conceder ao homem a faculdade de dar nome
aos animais, significa atribuir-lhe uma senhoria sobre os demais seres criados. Contudo
nenhum deles completava Adão, que continuava só, sem ter alguém com quem dialogar,
alguém que fosse companheiro.
Deus então vai completar sua criação criando
a companheira do homem, Eva. Deus o faz tirando da costela de Adão, de seu lado, exatamente
porque é companheira. A criação está terminada. Agora tudo irá depender do ser humano.
O
relato finda com a seguinte orientação: “Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe
e se unirá à sua mulher, e eles serão uma só carne.” Na visão do autor do Livro do
Gênesis, a união do homem e da mulher é mais forte que a própria geração.
Deixar
aqueles que geraram, que deram a vida para se unir a uma outra pessoa, e ser com ela
uma só carne, o ser humano completo, eis a orientação do autor do Gênesis. Com o passar
do tempo os legisladores judeus foram relaxando esta visão de complementação e possibilitando
a cada um, homem e mulher, a troca de parceiros de caminhada. Jesus, ao ser interrogado
sobre isso, corrige tal costume dizendo que esse não era o projeto de Deus e retoma
a questão da indissolubilidade da união, mais forte que os laços que unem pais e filhos.
Homem e mulher, unidos em matrimônio formam uma unidade corpórea indissolúvel.
Ao
final Jesus elogia as crianças e diz que o Reino dos céus são das pessoas que são
como elas, ou seja, pessoas simples de coração, abertas à Palavra de Deus, obedientes
por amor. Para se entender porque o matrimonio é indissolúvel é necessário ter o coração,
o acolhimento de uma criança e deixar-se moldar pelo coração de Deus.
No dia
de hoje, especialmente, rezemos pelos casais que passam por dificuldades e por aqueles
que se preparam para o matrimônio, para que o tempo de noivado cumpra seu papel, sendo
propício à elaboração de um projeto de vida.