2009-10-01 12:41:54

África : um desafio também para o catolicismo


(1/10/2009) “A África é para o catolicismo um lugar de desafio: ou conseguimos difundir bem o Evangelho nesse continente, ou teremos muito mais dificuldades.” Foi o que disse D. Giampaolo Crepaldi, novo Arcebispo de Trieste e anteriormente Secretário do Conselho Pontifício Justiça e Paz, durante um dia de estudo “Por uma revolução verde na África”, organizada pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum na última semana aqui em Roma.

“Devemos trabalhar e amar esse continente, onde os problemas agrícolas, que estão ligados à vida das pessoas e dos povos, apresentam uma série de implicações éticas no plano cultural e social, para os quais a Igreja alerta oferecendo os seus princípios e as suas valiosas indicações para realizar sempre o bem comum e o desenvolvimento do homem.”

O Prelado, reafirmando que a “Igreja não tem competência em questões de natureza estritamente técnica sobre as diversas actividades relacionadas com o mundo agrícola”, salientou que a África é “o continente onde se encontra a maior percentagem da população que se dedica à agricultura – em alguns Países chega a 80% - e, ao mesmo tempo, onde se encontra o maior número de pessoas que sofre por causa da desnutrição e do subdesenvolvimento”.

O paradoxo de tal realidade é explicado, segundo D. Crepaldi, “pelo facto de a África não poder beneficiar da chamada revolução verde, como por exemplo a Ásia, por causa do pouco desenvolvimento da mecanização agrícola, dos sistemas de irrigação, da utilização de produtos químicos como antiparasitas e fertilizantes ou o uso intensivo de sementes seleccionadas e melhoradas.” Recordando a encíclica de Bento XVI, Caritas in veritate, o prelado salientou a importância fundamental de se “enfrentar o problema da segurança alimentar numa perspectiva de longo prazo, eliminando as causas estruturais que o provocam” . É certo que não há “soluções únicas e simples – continuou – mas é necessária uma infra-estrutura adequada de transporte e escolas”.

O arcebispo recordou também outro grave problema da realidade africana, principalmente a subsaariana: “são indispensáveis também a pacificação e a estabilidade política e social”. Os factores sociais e políticos são determinantes para que o desenvolvimento agrícola e o desenvolvimento humano e económico em geral sejam de alguma forma garantidos e sustentados por um contexto pacífico, reconciliado e estável.







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