2009-09-30 10:53:49

ÁFRICA É UM DESAFIO PARA O CATOLICISMO


Roma, 30 set (RV) - “A África é para o catolicismo o lugar de futuro desafio: ou conseguimos difundir bem o Evangelho nesse continente, ou teremos muito mais dificuldades.” Foi o que disse Dom Giampaolo Crepaldi, novo Arcebispo de Trieste e anteriormente Secretário do Pontifício Conselho Justiça e Paz, durante um dia de estudo “Por uma revolução verde na África”, organizada pelo Ateneu Pontifício Regina Apostolorum na última semana em Roma.

“Devemos trabalhar e amar esse continente, onde os problemas agrícolas, que estão ligados à vida das pessoas e dos povos, apresentam uma série de implicações éticas no plano cultural e social, aos quais a Igreja alerta para o dever de oferecer os seus princípios e as suas valiosas indicações para realizar sempre o bem comum e o desenvolvimento de todo homem.”

O Prelado, reafirmando que a “Igreja não tem competência em questões de natureza estritamente técnica sobre as diversas atividades relacionadas ao mundo agrícola”, destacou que a África é “o continente onde se encontra o maior percentual da população dedicada à agricultura – em alguns Países chega a 80% - e, ao mesmo tempo, onde está o maior número de pessoas que sofre por causa da desnutrição e do subdesenvolvimento”.

O paradoxo de tal realidade é explicado, segundo Dom Crepaldi, “pelo fato de que a África não pôde se beneficiar da chamada revolução verde, como a Ásia, por causa do pouco desenvolvimento da mecanização agrícola, dos sistemas de irrigação, da utilização de produtos químicos como antiparasitas e fertilizantes ou do uso disseminado de sementes selecionadas e melhoradas.” Recordando a encíclica de Bento XVI, Caritas in veritate, o prelado destacou a importância fundamental de se “enfrentar o problema da segurança alimentar numa perspectiva de longo prazo, eliminando as causas estruturais que o provocam” . É certo que não há “soluções únicas e simples – continuou – mas é necessária uma infra-estrutura adequada de transporte e escolas”.

O arcebispo recordou também outro grave problema da realidade africana, principalmente a subsaariana: “são indispensáveis também a pacificação e a estabilidade política e social”. Os fatores sociais e políticos são determinantes para que o desenvolvimento agrícola e o desenvolvimento humano e econômico em geral sejam de alguma foram garantidos e sustentados por um contexto pacífico, reconciliado e estável, como diz o título do próximo Sínodo dos Bispos.

Na ótica de uma desejável “revolução verde” também na África, Dom Crepaldi reiterou que “a Igreja sempre favoreceu o trabalho, o conhecimento científico e as aplicações técnicas que geram desenvolvimento.” (SP)







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