(30/9/2009) Pelo menos 157 pessoas foram mortas e 1.253 ficaram feridas segunda-feira,
em Conacri, na repressão de uma manifestação da oposição pelas forças de segurança,
indicou hoje um responsável da Organização Guineense de Defesa dos Direitos Humanos
(OGDH). O chefe da diplomacia francesa, Bernard Kouchner, anunciou que a França
decidiu suspender de imediato a sua cooperação militar com a Guiné-Conacri e rever
toda a ajuda bilateral, após a repressão "selvagem e sangrenta" da manifestação. A
França, antiga potência colonial da Guiné-Conacri, anunciou também a realização esta
quarta-feira de uma reunião da União Europeia em Bruxelas para analisar a situação.
No final de Julho, a União Europeia decidiu colocar a Guiné-Conacri sob observação
durante dois anos e manter congelada a ajuda ao desenvolvimento, esperando o regresso
do país à ordem constitucional após o golpe de Estado de Dezembro de 2008. Na sequência
do golpe, uma junta militar liderada pelo capitão Moussa Dadis Camara tomou o poder
e suspendeu a Constituição pouco depois da morte do general Lansana Conté, que presidia
aos destinos da Guiné-Conacri há 24 anos. Milhares de pessoas concentraram-se segunda-feira
num estádio de Conacri para protestar contra a possibilidade de uma candidatura do
chefe da junta militar às presidenciais de Janeiro.