(25/9/2009) ''A chegada de migrantes e refugiados pertencentes a outras religiões
é mais um estímulo do que uma ameaça para a identidade cristã”, disse o presidente
do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e os Itinerantes, D. Antonio
Maria Vegliò, em entrevista ao jornal do Vaticano, “L'Osservatore Romano”. Para
o arcebispo, o que pode colocar realmente em risco a identidade cristã é o avançado
processo de secularização, que está a degenerar em "secularismo intolerante e, no
Velho Continente, está a provocar a perda das raízes cristãs da Europa, negadas em
sedes institucionais e nalguns âmbitos da sociedade". Mediante o laicismo e o relativismo,
analisou D. Vegliò, a Europa está a construir uma comunidade sem Deus, e isso não
é somente um obstáculo à sua identidade, mas também um impedimento às políticas de
integração. ''Se fossemos testemunhas corajosas do Evangelho – prosseguiu o arcebispo
–, talvez um maior número de migrantes e de refugiados estivesse fascinado pela fé
cristã ou, pelo menos, ela seria apreciada pela sua contribuição no âmbito cultural,
histórico e artístico”. Segundo D. Vegliò, os migrantes e os refugiados olham desconfiados
para o Cristianismo na Europa, pois é identificado com um estilo de vida que o contradiz
e com a falta de religiosidade genuína por parte dos europeus.